sábado, 6 de abril de 2013

Um Herói Injustiçado?

Quem vê Cássio no gol do Corinthians, provavelmente nem lembra o motivo dele estar lá. O goleiro gaúcho, contratado junto ao PSV Eindhoven em 2012, chegou para ser o terceiro goleiro do Timão, atrás de Danilo Fernandes e de Júlio César.

Eu disse Júlio César? Sim, disse. Goleiro revelado pelas próprias bases do Corinthians e efetivado ao time principal desde 2005. Mesmo tendo ficado na reserva, ele vivenciou muitos altos e baixos do Timão, como o título brasileiro de 2005 e o rebaixamento em 2007.

Júlio César ganhou a titularidade em 2010, após a saída de Felipe. Ele deu conta de substituir o arqueiro carioca, mas seu desempenho oscilou entre bons e maus momentos longo do tempo e esses maus momentos quase sempre aconteceram em jogos onde não poderiam ocorrer.

Um dos maus momentos do goleiro foi justamente na semifinal do Paulistão de 2012, quando ele teria falhado em um gol da Ponte Preta. Eu disse "teria" porque eu não considerei aquele gol uma falha do goleiro e sim da zaga, mas não houve perdão nem da torcida, nem dos dirigentes. Outros momentos ruins? Em 2011, Júlio César foi o goleiro na decepcionante eliminação na Libertadores diante do Deportes Tolima, diante do Santos na final do Paulistão e ele ficou marcado por receber o centésimo gol de Rogério Ceni.

A conquista do título brasileiro de 2011 em nada aliviou a cobrança do torcedor. Durante as férias ao final daquele ano, o camisa 1 teria sido cobrado por um torcedor que teria exigido o título da Libertadores no ano seguinte. Quer dizer, o título brasileiro e as defesas importantes que ele fez durante todo o campeonato nacional não valeram nada, não é?

- "Mas ele falhou contra a Ponte Preta". Consta na Wikipedia que o camisa 1 disputou 73 partidas e estamos julgando o goleiro por um jogo apenas. E as outras 72 não tiveram nenhum valor para o torcedor e para o dirigente?

- "Ele falhou em um jogo decisivo"! E daí? São Marcos, Rogério Ceni, Valdés, Casillas, Buffon, Neuer e outros também já falharam em jogos decisivos. E por acaso isso diminuiu a reputação deles ante o torcedor ou os dirigentes? Não, nem um pouco.

Júlio César ainda é exemplo de amor e comprometimento com a equipe. De maneira alguma podemos menosprezar seus quase dez anos de atuação como goleiro profissional do Corinthians. Pena que dirigentes e torcedores só querem saber de títulos, contradizendo aquela frase que "não vivemos de títulos, nós vivemos de Corinthians".

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