terça-feira, 9 de abril de 2013

Muito Dinheiro, Pouco Futebol

O Chelsea, até onde eu saiba, poderia comprar qualquer jogador, desde que ele não faça parte de um dos "poderosos" da Europa, como Real Madrid, Barcelona, Bayern, Manchester United ou Milan. Mesmo assim, o time apresentou na temporada passada um futebol de nível lamentável, com muita força e pouca técnica. E eles conseguiram vencer a Champions League 2011/12 com aquele "ônibus" horrendo, colocando oito homens no campo de defesa, ao invés de comprar jogadores melhores, que realmente merecessem levantar um troféu. Não condiz com o poderio econômico de um clube que poderia usar seu dinheiro "interminável" para trazer craques ou investir nas categorias de base. Hazard e Oscar deveriam ter vindo bem antes.

O Málaga é a mesma coisa. O clube trouxe vários atletas já em fim de carreira, como Demichelis, Roque Santa Cruz e Júlio Baptista. O clube alega estar em crise, mas isso não justifica trazer jogadores mais conhecidos pela força do que pela técnica. Eu mesmo sei de cabeça uns dez nomes de jogadores técnicos, baratos (para os padrões europeus) e que realmente poderiam acrescentar algo ao time andaluz. Mas, novamente, nós temos um time que tem (ou tinha) muito dinheiro, mas não investiu na qualidade de seu futebol, preferindo trazer medalhões para, quem sabe, lucrar com a divulgação do nome Málaga CF por aí.

E o que falar do Paris Saint-Germain? Um time grande que joga um futebol pequeno. O Carlo Ancelotti, pra variar, emula o "ônibus" do Di Matteo e joga nos erros do adversário ao invés de buscar jogo. Nos últimos jogos contra o Valencia e contra o Barcelona parecia que só os espanhóis queriam jogar. E não adianta vir com essa história que o time do PSG é limitado e que esse era o único recurso que eles tinham. Se o time é limitado, bastava o proprietário trazer reforços pra bater de frente com o Barça, ou mesmo superá-lo, mas o Ancelotti é um cara que acha mais importante defender do que buscar o resultado.

Situação um pouco melhor é a do Manchester City. Os Citizens têm um elenco um pouco mais técnico e criativo e os dirigentes vêm contratando ex-jogadores aposentados do Barcelona para trabalharem como dirigentes e adotar a filosofia de jogo do time catalão. Mas o City é uma rara exceção dos milionários que realmente quer o time jogando futebol.

É realmente uma pena que esses times ricos estejam fazendo tão pouco pelo futebol. Com essas equipes burocráticas que jogam mais na força do que na técnica, tudo o que vemos é uma subestimação dos recursos financeiros que esses clubes dispõem. Do que vale você ter dinheiro se você não investe na qualidade do futebol? Do que adianta você colocar um monte de atletas musculosos de dois metros de altura se eles não sabem dar um passe ou um drible e só jogam fazendo faltas? A cada três partidas eles serão desfalques certos para a sua equipe, isso se o árbitro não for rígido e der um vermelho direto.

Talvez os títulos justificassem todo esse investimento, mas da maneira como Chelsea e City vêm fazendo suas campanhas nesta temporada, os troféus da temporada 2011/12 mais parecem ter sido obras do acaso.

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