quinta-feira, 25 de abril de 2013

Feito de Qualquer Jeito

Vocês repararam como funcionam as coisas aqui no Brasil? Nós raramente fazemos algo porque gostamos ou porque temos algum objetivo nobre na vida. Muitos de nós só queremos levar vantagem, independente do que for: receber troco a mais na hora de comprar pão, furar a fila do banco ou passar a perna no próximo.

Essa busca pela vantagem sempre atinge níveis absurdos quando nós vemos pessoas que deveriam zelar por nós aceitam suborno para encobrir todo tipo de irregularidade, políticos que desviam verbas que eram destinadas para saúde e educação ou pessoas que se valem de sua influência para conseguir favores. Tudo isso para se dar bem na vida.

Todos nós reclamamos que o "Brasil não vai para frente". É claro que não vai, principalmente porque nós todos temos a mentalidade de que "temos de ser espertos e levarmos vantagem em tudo". Em tudo, mesmo. Raramente movemos alguma palha para mudar algo porque no fundo nós somos todos conformados e dizemos "é tudo assim mesmo" ou que "as coisas não têm jeito".

Somos tão contaminados pelo comodismo e pela busca pela vantagem que acabamos não apenas por aceitá-los, como também por praticar. Muitos de nós executamos uma tarefa de má vontade e empurrando com a barriga. Não tem problema, afinal se nós a executarmos corretamente ou não, teremos a mesma gratificação no fim das contas e ainda teremos obtido a vantagem de ter recebido a mesma quantia e ter trabalhado menos por isso.

Esse texto, aparentemente desconexo com o futebol, descreve perfeitamente a realidade de nosso esporte: dirigentes que só pensam em sugar os clubes, empresários que usam sua influência para obter favores, árbitros que cometem erros crassos, treinadores que não ensinam o atleta a jogar bola e jogadores que não têm profissionalismo. O resultado aparece no desempenho dos times, que fazem resultados pífios e não têm infra-estrutura para formar garotos, treinar/tratar atletas ou oferecer comodidade ao torcedor que paga (caro) por seu ingresso. Claro que há exceções, mas bem poucas e as coisas boas acabam sumindo no mar de podridão.

E fico pensado que nós iremos sediar uma Copa do Mundo no ano que vem e uma Olimpíada daqui a três anos. Será que seremos capazes de tirar alguma lição desses eventos e melhorarmos a imagem de nosso país? Ou será que nós faremos tudo de qualquer jeito também?

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