quarta-feira, 17 de abril de 2013

Não Misturo Fé com Futebol

Rezo e vou à igreja, mas não me considero religioso. Torço para três times: o São Paulo, o Barcelona e o Borussia Dortmund. As três equipes passaram por grandes apuros este ano e, mesmo assim, não fiz questão nenhuma de recorrer à fé religiosa para salvar os meus times.

- "Sacrilégio"! -Grita o torcedor mais exaltado.

Não, sacrilégio é envolver uma divindade no jogo.

Para mim, futebol é apenas um passatempo, um entretenimento. Torço, mas há muitas coisas que não faria pelos times que gosto. Coisas como matar, depredar o patrimônio público ou agredir jogadores e treinadores, coisas que nossas torcidas organizadas fizeram muito por aí.

A meu ver, uma divindade tem mais o que se preocupar do que decidir o resultado de um jogo em favor de um torcedor. Independente do resultado, nada muda na vida pessoal de um torcedor. Ele não perde o emprego se o time for derrotado, não morre e nem vai preso. No máximo, vai virar alvo de gozação dos amigos e vai ter de pagar alguma aposta que ele fez se o time dele vencesse.

Uma divindade sempre tem mais o que se preocupar do que interceder em um jogo: há vidas em jogo, decisões críticas a serem tomadas, guerras a serem paradas, entre outros que realmente precisam da salvação. Se eu fosse um religioso e tivesse de optar entre interceder em favor de um paciente hospitalizado ou um time que está prestes a cair para a segunda divisão -mesmo que fosse um dos times que eu torço- eu não hesitaria em ajudar o paciente.

Futebol é um jogo em que ganhar ou perder faz parte das regras. Uma divindade não intercede por um jogo. Uma divindade intercede por um necessitado.

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