domingo, 7 de abril de 2013

Vale a Pena Largar os Estudos e Ser Jogador de Futebol?

Carros possantes e importados, mansões luxuosas, lindas modelos e atrizes como namoradas, ganhar milhões de dólares fazendo aquilo que você gosta. Esta é visão superficial que temos de um grande jogador de futebol. Mesmo os atletas mais discretos como Lionel Messi deixam escapar uma pontinha de ostentação.

- "E esses jogadores precisaram estudar para ter tudo isso"? Em sua maioria, não. Muitos desses jogadores que estão fazendo sucesso nos dias de hoje tiveram infância humilde e não puderam sequer pagar uma boa escola. Muitos dos que podiam, abandonaram os estudos porque precisavam ajudar os pais em casa. E a medida que você vai se profissionalizando no futebol, os treinos e a disciplina tomam-lhe o tempo das brincadeiras, das baladas e até dos estudos. Ainda que a escolaridade de nossos atletas tenha melhorado nos últimos anos, não é raro encontrarmos jogadores que sequer completaram o ensino médio. Quase todos abriram mão do pouco que havia em suas vidas para se dedicarem ao futebol.

- "O futebol desincentiva nossas crianças a estudar, certo? Os jogadores ganham milhões de dólares por ano e ostentam Porsches e Ferraris! Por quê vou me matar estudando para fazer uma faculdade e ganhar, no máximo, R$ 5.000,00 por mês se eu posso viver daquilo que eu gosto e ganhar R$ 1 milhão por mês"?

Há um outro lado do futebolista, contudo, que eu já abordei em outro post: a carreira de um jogador de futebol é efêmera e o atleta depende muito de seu desempenho físico, mesmo que ele não seja obrigado a correr ou marcar. Com 30 anos, o jogador já é perguntado onde ele vai encerrar a carreira. E nessa idade as lesões aparecem cor mais frequência. Veja os casos de Klose, Xavi, Kaká, Rogério Ceni e Puyol. E, ao que parece, a maioria dos atletas brasileiros não têm consciência disso e torram todo seu dinheiro em luxo, sem saber que o sucesso e a carreira de jogador são passageiros.

- "E quando um jogador pára? O que acontece"? Muitos atletas ainda conseguem fazer suas vidas no futebol. Tornam-se comentaristas (Roger, Müller, Neto, Casagrande e Caio Ribeiro), treinadores (Guardiola, Donadoni e Jupp Heynckes), empresários (Gilmar Rinaldi e Ronaldo) e dirigentes (Platini, Beckenbauer e Uli Hoeness). Outros se afastam do futebol e passam a investir em seus próprios empreendimentos, como são os casos de Raí, Cafu e Edmilson. E há aqueles casos em que o jogador é esquecido e vê sua vida terminar em amargura, como foi o caso de Mané Garrincha.

O caminho do estudo, por outro lado, oferece a você um salário menor a curto prazo, mas seu tempo de atividade é muito maior. Médicos, advogados, engenheiros e outros podem passar dos 65 anos (idade mínima para um cidadão do sexo masculino se aposentar no Brasil) e continuar contribuindo para as empresas onde trabalham. Não é raro você ver um médico de 70 anos tendo seus serviços requisitados e ainda ser respeitado no âmbito profissional.

- "É possível conciliar ambos os caminhos"? Pergunte a Tostão, o maior ídolo do Cruzeiro Esporte Clube, tricampeão pela nossa Seleção e médico. O finado Doutor Sócrates também cursou medicina (pela USP de Ribeirão Preto) e é considerado o maior jogador do Corinthians. Difícil, mas possível.

- "E o que o autor do blog sugere? Devemos abrir mão do futebol em prol de um futuro mais promissor"? Absolutamente, não. Fazer uma faculdade não é uma garantia de que você terá um futuro mais brilhante que o de Messi, mas aumentam as suas chances já que a Pulga irá se aposentar muito antes do universitário empregado em alguma empresa.

- "Então, o que eu faço"? Simples: ouça o seu coração. Ele irá guiar seus instintos para saber qual carreira você gosta mais e qual preço você está disposto a pagar em nome do sucesso. Leia bastante a respeito dos caminhos que você deseja trilhar e converse com profissionais ou ex-profissionais da área. Depois disso, você saberá o que fazer.

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