sexta-feira, 22 de março de 2013

Os Dois Deuses Brasileiros do Japão

Coincidência ou não, no mês de março nasceram os dois esportistas brasileiros mais respeitados no Japão: Ayrton Senna da Silva (nascido em 21 de março de 1960) e Arthur Antunes Coimbra, o Zico (nascido em 3 de março de 1953). Chega a ser impressionante o respeito que o pessoal da Terra do Sol Nascente tem para com estes dois esportistas. Estátuas, museus e muitas, mas muitas homenagens.

Senna se foi há 19 anos, mas seu legado permanece mais vivo do que nunca. O paulistano ainda é o piloto brasileiro mais bem sucedido na Fórmula 1, com três mundiais conquistados na categoria. Mas o piloto era muito mais do que os títulos, criou-se uma visão muito romântica sobre Senna, graças à sua simpatia e a maneira passional como ele encarava as competições. Poucos pilotos tinham tanto carisma como Ayrton. Era emocionante acordar cedo aos domingos só para vê-lo correr. Vibrei com as duas vitórias que ele conquistou em Interlagos, em 1991 e 1993. Tamanha era a empatia do piloto para com seu torcedor que até mesmo os frios e discretos japoneses se curvam ante a imagem de nosso eterno tricampeão. Os títulos que ele conquistou no Japão e os motores Honda (que ele usava em seus tempos de McLaren) o ajudaram a se aproximar do público nipônico.

Zico, assim como Senna, é reverenciado como um deus no Japão. Parece um exagero, mas nosso Galinho de Quintino teve uma grande importância na profissionalização e na projeção da liga de futebol japonesa, a J-League. Como jogador, Zico é comparado a Pelé, Garrincha, Sócrates, Tostão, Falcão e outros craques de nosso futebol. Ele foi um meia-atacante genial. Um jogador respeitado até hoje na Udinese (Itália) e no Kashima Antlers (Japão), times por onde ele atuou no exterior. E, claro, ele é até hoje o maior ídolo do Flamengo, clube que o revelou e o projetou para o mundo, com os vários títulos conquistados. É uma pena que ele e sua geração nunca tenham conquistado uma Copa do Mundo, jogando um futebol que combinava beleza, talento e coletividade. Infelizmente, não tive a oportunidade de ver o Galinho jogar. Quando eu comecei a ver futebol, Zico já estava pendurando as chuteiras.

O legado deixado por Senna e Zico no Japão mostra como a admiração e o respeito aos ídolos transcende as barreiras geográficas e o tempo. Nossos brasileiros também mostraram que os feitos de um grande esportista vão muito além dos títulos e dos troféus.

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