sexta-feira, 8 de março de 2013

O Efeito Bielsa

Os chilenos sempre gostaram de futebol. Mas até pouco tempo atrás, quando se falava em futebol do Chile, nós só nos lembrávamos de três nomes: Iván Zamorano, Marcelo Salas e Elias Figueroa -este último, bastante conhecido aqui no Brasil por ter jogado no Internacional de Porto Alegre nos anos 70. Isto durou até o final da década passada, quando um certo argentino foi chamado para dirigir a Seleção do Chile.

Marcelo Alberto Bielsa, conhecido pela alcunha de "El Loco Bielsa", foi mais do que um grande treinador da Roja de Todos: ele teve um grande impacto cultural no futebol chileno.

Bielsa teve passagens por alguns clubes argentinos e também pela Albiceleste, mas seu único título pela seleção argentina foi um ouro olímpico.

Obcecado por táticas, Bielsa é conhecido por ser um estudioso de estratégias de futebol.

Ele geralmente arma sua equipe com três zagueiros e distribui seus jogadores de modo a mantê-los próximos uns dos outros para facilitar a troca de passes. Suas escalações são sempre feitas em 3-3-3-1,   3-1-3-3 ou 3-3-1-3. Se fizermos uma brincadeira de "ligar os pontos" com os jogadores distribuídos no gramado, notamos que as formações adotadas por Bielsa permitem as chamadas "triangulações" entre jogadores, tática que também é adotada no Barcelona, mas com outra formação.

Bielsa nunca ganhou títulos pela Seleção Chilena, mas sua saída do Chile após a Copa do Mundo de 2010 foi muito lamentada pelos torcedores. E ele deixou um grande legado cultural no futebol daquele país.

Times como a Universidad de Chile e o Huachipato adotam estratégias semelhantes às do argentino. Assistiram aos jogos do Huachipato contra o Fluminense ou contra o Grêmio? Repararam que o Huachipato joga com a bola no chão e que eles nunca rifam a redonda?

Repararam como vêm atuando os jogadores chilenos na Europa? Eles sabem passar a bola com precisão e raramente saem dando chutões. Arturo Vidal, Mauricio Isla e Alexis Sanchéz são alguns desses exemplos.

O legado de Bielsa no Chile é uma lembrança constante de que o futebol não vive apenas de títulos e, também, uma lembrança constante de que ainda há espaço para o futebol coletivo e bem jogado.

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