sexta-feira, 22 de março de 2013

O Jogo da Paz

Faz quase dez anos que as guerras que decretaram a fragmentação da antiga Iugoslávia terminaram, mas as feridas deixadas pelo ditador Slobodan Milosevic ainda não haviam cicatrizado. E, por isso, a expectativa para o jogo entre as duas ex-nações da Iugoslávia era muito grande. As confederações de futebol dos dois países até fizeram acordos para que uma única torcida comparecesse aos estádios para que brigas motivadas pelas questões políticas não interferissem no espetáculo.

As equipes, no entanto, demonstraram respeito mútuo e, pelo menos para o campo, não permitiram que as questões políticas interferissem no jogo. Todos se cumprimentaram e respeitaram ao minuto de silêncio dedicado ao um dirigente croata.

No final, prevaleceu a diplomacia e a esportividade, mostrando que duas nações, outrora inimigas, podem se respeitar, ao menos dentro de campo, e que o passado sombrio envolvendo as duas nações está ficando para trás.

Independente do resultado, quero parabenizar as duas equipes pela partida e pela atitude exemplar para as próximas gerações, que poderão desfrutar de um futuro de paz e prosperidade após um passado marcado pelo sangue e pela intolerância.

O JOGO

A partida teve o resultado merecido, afinal a Croácia tinha um time muito mais ofensivo e criativo que o da Sérvia, que é mais conhecida pelos seus defensores do que pelos seus meias ou atacantes, como Vidic, Subotic e Ivanovic.

Lamento apenas que a Hrvatska não ter valorizado a posse de bola, apesar de contar com meias de habilidade razoável, como Rakitic, Modric, Kranjcar e Perisic (este último, não foi convocado para estas partidas). Garanto que se a Croácia tivesse trocado mais passes, certamente teríamos uma partida bem nais tranquila para os Vatreni. O jogo foi decidido muito mais na força física do que na habilidade.

Me impressionou também a participação dos trintões croatas -Srna, Pletikosa, Simunic e Olic- que mostraram que ainda têm muita lenha para queimar apesar de já terem 30 anos ou mais.

Espero que até 2014, os croatas melhorem seu time e consigam repetir (ou mesmo superar) o desempenho de 1998, com Boban, Bilic e Suker. Quanto à Sérvia, lembremo-nos que trata-se de um time predominantemente jovem. Esses garotos ainda vão crescer e amadurecer muito e, quem sabe, dar muitas alegrias a seu sofrido país.

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