quarta-feira, 27 de março de 2013

O que Há com o Vôlei Brasileiro?

Caro leitor, peço a sua licença novamente para comentar sobre o vôlei brasileiro. E, infelizmente, os comentários serão sobre notícias não muito animadoras.

Alguns dias após receber a notícia de que o Vôlei Futuro/Araçatuba deve fechar as portas após uma temporada ruim em 2012/13, o Medley/Campinas também corre o risco de deixar de existir. Isso porque a Medley cancelou o patrocínio ao clube paulista após o time ter sido eliminado pelo Vivo/Minas nas quartas-de-final.

O Vôlei Futuro já dava sinais de que a situação não ia bem. O clube de Araçatuba já havia acabado com o time de vôlei feminino ao final da temporada e dispensou vários jogadores do time masculino, incluindo Camejo, Mário Júnior e Lorena. Restaram Michael e Ricardinho para tentar salvar o desfecho, mas sem ajuda de um elenco de ponta, a dupla não conseguiu levar o time do interior de São Paulo às eliminatórias nesta temporada. Já o time de Campinas, foi uma notícia que pegou todos de surpresa.

Fico bastante chateado que esses times estejam correndo o risco de desaparecer. Eu gosto das duas equipes, e também temos que considerar que ambas as equipes possuem bons jogadores que caberiam tranquilamente em nossa Seleção. Do levantador Ricardinho nem preciso falar, ele é um dos melhores jogadores que eu já vi em sua posição até hoje e ainda tem lenha para queimar. Temos também Michael (que é um bom sacador), Purificação, Rivaldo e Gustavão (três atletas altos que fazem excelentes bloqueios na rede) e o meio-de-rede André Heller (que também tem passagens pela Seleção).

O levantador Ricardinho tratou de arregaçar as mangas e iniciou protestos em Araçatuba para que o "Projeto Vôlei Futuro" não seja abortado. E o clube de Campinas está correndo atrás de outro patrocinador para tentar salvar o time, com o bicampeão olímpico Maurício à frente das manifestações.

É uma pena recebermos esse tipo de notícia justamente em um momento em que o nosso vôlei passa por uma boa fase, tanto os clubes quanto as Seleções. Estamos atraindo, inclusive, a atenção de estrangeiros, além de estarmos competirmos de igual para igual com potências, como Rússia, Itália e Estados Unidos.

A meu ver, falta ao vôlei o apelo e a visibilidade que sobram ao futebol. Os jogos de vôlei poderiam ser transmitidos na TV aberta. Isso ajudaria a aproximar os times do espectador que, depois, se torna um torcedor. Além disso, a exibição em televisão aberta atrai os anunciantes que terão a possibilidade de exibirem suas logomarcas. A Globo só transmite alguns jogos, o que é pouco para garantir a visibilidade necessária.

Também poderia haver estratégias de marketing e patrocínio mais agressivas. Eu, que sou torcedor do Sollys/Osasco, nunca pude comprar uma camisa do meu time de coração. A única camisa que vi à venda até hoje foi a do Vôlei Futuro/Araçatuba em um posto de gasolina em Bauru. Isso para vocês terem uma ideia como a divulgação dos times ainda é restrita. Ainda sobre marketing, pode-se tentar vender mais espaços nos uniformes -fica feio, eu sei, mas foi o que ajudou alguns clubes de futebol a equilibrarem suas finanças. Por fim, seria interessante tentar explorar a imagem das próprias estrelas do time para atrair anunciantes. As imagens de Ricardinho e André Heller tem muito apelo pelo fato de serem medalhistas olímpicos.

Fica aqui registrado o meu apoio ao Ricardinho e ao Maurício para a salvação de seus clubes. Nosso vôlei está passando por um excelente momento. Não podemos permitir que a modalidade comece a definhar e pôr tudo a perdes. Temos duas seleções muito respeitadas e os nossos clubes têm reconhecimento internacional.

Vida longa ao Vôlei Futuro e ao Campinas.

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