terça-feira, 4 de março de 2014

As Chances da África na Copa

Imagem extraída do Facebook oficial de Samuel Eto'o-
https://www.facebook.com/setoo99

Os africanos sempre foram muito bons nos esportes. Apenas para citar exemplos próximos, os quenianos sempre vêm ao Brasil participar da Corrida de São Silvestre e são soberanos na competição. Muito difícil um pódio na tradicional corrida paulistana sem pelo menos um atleta do Quênia.

No futebol, entretanto, as seleções africanas nunca tiveram a mesma soberania a despeito de grande quantidade de atletas talentosos nascidos ou que representam países do continente. George Weah (Libéria), Didier Drogba (Costa do Marfim) e Samuel Eto'o (foto acima- Camarões) são alguns dos jogadores africanos bem-sucedidos no futebol.

A primeira vez que um país africano participou de uma Copa do Mundo foi em 1970, com o Marrocos se classificando e ficando apenas na fase de grupos.

De lá pra cá, as seleções africanas conquistaram mais espaço nos mundiais e algumas até conseguiram chegar ao mata-mata. Mas o melhor desempenho em copas até o momento foram vagas nas quartas-de-finais, façanha obtida por Camarões (1990), Senegal (2002) e Gana (2010).

A situação do futebol africano não é muto melhor que o de países da América do Sul. Os times dependem muito do esforço e raça de seus atletas e os craques são rapidamente absorvidos pelo futebol europeu. Há até clubes do Velho Continente que abrem escolas de futebol em países africanos em busca de talentos do continente. Há, portanto, a dependência do futebol europeu para desenvolver o talento dos atletas e ajudar a formar as seleções, assim como ocorre em nosso continente.

Outro grande problema é que a maioria das seleções possuem apenas um ou dois destaques individuais. Se duvida, basta pensar em quem são os destaques das seleções africanas. Camarões só possui o craque Samuel Eto'o, além do razoável Alex Song (com passagens por Arsenal e atualmente no Barcelona). A respeito do Senegal, só consigo me lembrar de Papiss Cissé (Newcastle) e Demba Ba (Chelsea). Pela Nigéria, só me vêm à cabeça os nomes de Victor Moses (Liverpool) e Obi Mikel (Chelsea). E do Togo, só conheço o grande Emmanuel Adebayor (Tottenham). As equipes, portanto, dependem muito que seus craques carreguem as seleções nas costas.

Alguns jogadores que representam seleções africanas são nascidos na Europa (filhos de imigrantes), mas optam por defenderem os países de origem de seus antepassados. Boa parte da Seleção Argelina, por exemplo, é composta por atletas nascidos na França, e a Seleção Ganesa tem Kevin-Prince Boateng, nascido na Alemanha mas que optou por se naturalizar e hoje defende os Estrelas Negras.

Mais sorte têm as seleções de Gana e da Costa do Marfim, que não dependem em demasia de um único atleta. Os Elefantes têm Drogba, Gervinho, Salomon Kalou, Eboué e os irmãos Touré. Os Estrelas Negras, por sua vez, têm Muntari, Essien, Prince e os irmãos Ayew. Estranhamente, os dois times em questão contam com boas gerações de atletas e, mesmo assim, estes jogadores nunca conquistaram nem mesmo um título doméstico pelas suas seleções. Ainda assim, vejo Costa do Marfim e Gana as seleções africanas com melhores chances de fazer bonito aqui no Brasil.

Quem sabe se algumas das cinco representantes do continente africano fizerem sucesso por aqui, mais garotos daqueles países não se animam em praticar futebol e também não tenhamos melhoras nos campeonatos locais.

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