quarta-feira, 26 de março de 2014

Muito a Perder

Imagem extraída de https://www.facebook.com/London2012

O brasileiro tende a supervalorizar as olimpíadas, não importa a modalidade. Um mundial no vôlei, por exemplo, não tem o mesmo peso de um ouro olímpico para o torcedor brasileiro.

O atleta brasileiro, da mesma forma, sempre vê as olimpíadas como evento máximo. Basta ver como as nossas meninas do handebol, que acabaram de ser campeãs mundiais na Sérvia, deixaram bem claro que o grande objetivo do time é conseguir o ouro olímpico em 2016. O treinador Morten Soubek adotou o mesmo discurso e declarou em entrevistas que seu futuro no comando da Seleção Feminina de Handebol está atrelado aos jogos olímpicos.

Valorizamos muito as olimpíadas porque esta é a única grande chance para nossos atletas terem algum destaque na mídia, principalmente na televisão aberta. Os mundiais de vôlei, basquete, handebol e afins raramente são exibidos fora da tevê paga e esta é, portanto, a única chance dos esportistas divulgarem suas respectivas modalidade, atraírem investimento e obterem fama.

O fato de sediarmos os próximos jogos olímpicos aumentam muito a responsabilidade de atletas e treinadores, afinal nós torcedores brasileiros somos muito passionais e raramente perdoamos uma derrota de nossas seleções.

O futebol é a única modalidade em que o brasileiro valoriza muito mais o mundial do que as olimpíadas. O fato das próximas olimpíadas serem realizadas em solo brasileiro, no entanto, torna a conquista do inédito ouro olímpico uma "obrigação". Se em copas do mundo somos os maiores vencedores, em jogos olímpicos não temos tradição e uma nova perda da medalha dourada poderia ter consequências desastrosas. O temido "Novo Maracanazzo" que, acredito eu, não deve acontecer na próxima Copa, pode vir a ocorrer nos Jogos Olímpicos de 2016 e transformar o sonho olímpico em um grande pesadelo.

E o pesadelo pode ser ainda maior se a nossa passionalidade se transformar em revolta por uma eventual derrota em solo brasileiro...

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