sábado, 3 de maio de 2014

Joia Rara

Imagem extraída de https://www.facebook.com/equipedefrance

Eu estava revendo um vídeo a respeito de Zidane (foto) que eu compartilhei aqui no meu blog no ano passado. Foi quando li nos comentários o quanto o autor estava maravilhado com a quantidade de acessos, 13 milhões na época em que o vídeo foi publicado (já passou dos 14 milhões).

Mas, afinal, como uma homenagem a Zidane poderia fazer tanto sucesso? Homenagens a um craque como Zizou existam aos montes por aí, vindas de grandes entidades (a Federação Francesa de Futebol, o Real Madrid ou a Juventus) ou de alguns fãs saudosos e amantes de futebol-arte. Tenho várias explicações para tamanha repercussão do vídeo.

A primeira é o fato do vídeo ter sido muito bem produzido (e foi mesmo), com belos lances exibidos e uma trilha sonora muito bem sincronizada com a progressão das imagens. Eu mesmo me vi envolvido com a qualidade e a dedicação do autor com o seu trabalho.

A segunda é o fato da importância de Zidane no futebol. Ele foi (e ainda é) um grande craque, com raro controle sobre a bola. Zizou também era grande para os padrões do futebol (tem 1,85m de altura) mas desfilava uma rara leveza nas jogadas. Some isso ao fato do francês ser uma grande figura fora de campo, carismático e envolvido com ações de caridade mesmo após o encerramento de sua carreira como atleta.

Acredito, no entanto, que o maior motivo pelo grande número de acessos ao vídeo é justamente a pobreza em que o futebol se encontra, muito mais preocupado em gerar lucros e produtividade do que entreter o espectador e o torcedor. A busca pela eficiência está tirando o espaço dos craques e colocando um monte de defensores (volantes e zagueiros) brucutus em seu lugar. E isso não está acontecendo apenas no Brasil. Neste triste cenário, ver a graça e o molejo de um Zidane em campo maravilha até mesmo aqueles que viram Pelé, Ademir e Garrincha jogarem.

O futebol vem perdendo, e muito, a sua essência. Pensa-se apenas nos títulos e nos lucros, esquecendo-se de seu conceito artístico. Nos dias de hoje, assistimos futebol apenas porque nos importamos com títulos ou porque odiamos nossos rivais. Ninguém quer mais ver ou praticar o futebol pela diversão ou pela arte.

Nesse cenário triste e obscuro, vale procurar pela essência do verdadeiro futebol: puro, artístico e divertido, sem a interferência dos radicalismos. Zidane personifica essa essência, ainda que seja apenas de maneira sutil.




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