terça-feira, 13 de maio de 2014

Troféus Esquecidos

Imagem extraída de https://www.facebook.com/FlamengoOficial

Um time que estava à beira do abismo devidamente recuperado, uma Copa do Brasil, um Campeonato Carioca e uma profunda identificação com o Flamengo. Assim é Jayme de Almeida (foto), ex-zagueiro do Mengão e agora ex-treinador, a despeito de tudo o que fez pelo clube.

Já escrevi em outro post o quanto torcedores e dirigentes são volúveis e vivem mudando de opinião dependendo do desempenho do time. Quando a equipe conquista os troféus, o treinador é inteligente, é inovador, é vitorioso. Quando perde, o técnico é burro, é perdedor, é imprestável. É incrível o quanto somos incapazes de bancar nossos treinadores nas tempestades, por mais títulos que tenham conquistado.

Foi impossível não me lembrar do grande Andrade, campeão pelo Mengo em 2009, amado pelo elenco e injustamente demitido em 2010 por causa da perda do Campeonato Carioca para o Botafogo. Quando o ex-volante acabou com o jejum de quase vinte anos do Fla sem títulos no Brasileirão, todos aplaudiram o trabalho do técnico, mas ninguém hesitou em pedir sua cabeça após a perda daquele título. Quanta injustiça.

A triste história se repete agora com Jayme, injustamente demitido. Ninguém se lembrou que foi o ex-zagueiro que salvou o Fla da zona de rebaixamento no ano passado e fez a equipe dar a arrancada rumo ao título da Copa do Brasil. Todos se esqueceram que foi o treinador quem mudou o ambiente no elenco e fez aquele time dar liga na reta final. Se não fosse por ele, tenho certeza que o Mengo estaria fazendo companhia ao Vasco hoje na Série B.

O Fla não vai bem no Brasileirão alternando altos e baixo, e foi eliminado na primeira fase da Libertadores. Mas ninguém acha que treinador e time passam por fases ruins. Poucos dirigentes têm coragem de remar contra a maré e dar uma segunda chance a um técnico no momento em que é contestado. Em nome do imediatismo e dos resultados a curto prazo, os clubes preferem sempre a solução mais fácil, mas nem sempre a ideal. Basta nos lembrarmos como ficou o meu Tricolor depois que o Muricy foi demitido em 2009 ou que rumo tomou o Fluminense no ano passado com a saída de Abel.

E não foi só eu quem achou uma grande injustiça a demissão de Jayme. Hoje, enquanto finalizava a edição desta resenha, Paulo César Caju publicou em seu blog um texto demonstrando sua revolta e insatisfação com a situação do ex-zagueiro e também com as de Andrade e de Adílio.

Ney Franco é tido como o provável sucessor de Jayme. Que tenha sorte no rubro-negro e consiga apagar o incêndio que ameaça se alastrar pelo clube.

Quanto a Jayme, que fique tranquilo: quando a demissão é injusta, é o time que padece. Vide exemplos recentes de São Paulo (de 2009 a 2013) e Fluminense (em 2013).

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