Imagem extraída do Facebook oficial do Lille- https://www.facebook.com/Losc |
Talvez você nunca tenha ouvido falar do Lille, mas, sem dúvida, conhece uns dois ou três jogadores que passaram por lá.
Adil Rami, Mathieu Debuchy, Moussa Sow, Yohan Cabaye, Gervinho e Eden Hazard foram atletas dos Dogues. Mais do que isso: estes atletas foram campeões da Ligue 1 em 2010-11 surpreendendo equipes com muito mais tradição no campeonato, como Lyon, Marseille e Saint Étienne. E essa geração desfilou nos gramados franceses um futebol leve, ofensivo e de muita classe, algo cada vez mais raro na categoria.
A alegria do Lille, infelizmente, não durou muito mais do que a temporada seguinte. Depois da temporada 2011-12, na qual o time ficou em terceiro lugar, começou o desmanche. Clubes de outros países, principalmente Inglaterra e Espanha, levaram embora os principais jogadores daquela geração, inclusive o craque Hazard, hoje no Chelsea. O treinador Rudi Garcia também deixou o clube em 2013 e foi para a Roma onde vem ajudando a equipe Gialorossa a se reerguer após tantas temporadas fracas.
Vieram também os magnatas do Oriente Médio e do Leste Europeu, que adquiriram o Paris Saint-Germain e o Monaco. Enquanto os demais clubes montam suas equipes com muita dificuldade devido à crise européia, os investidores milionários contrataram dezenas de estrelas para os seus times e acabam por polarizar a competição. Atualmente, Monaco e PSG disputam ponto a ponto o título da Ligue 1 enquanto as demais equipes têm de se contentar em buscar a única vaga para os playoffs da Champions League que a França tem direito.
Quando eu achava que a alegria do Lille havia acabado junto com aquela geração, eis que vejo os Dogues fazendo uma boa campanha na competição, a despeito de todas as perdas e da enorme discrepância para os dois magnatas. Aliás, cabe aqui mencionar que o time da cidade homônima arrancou empates contra os dois milionários na casa dos rivais e ainda derrotou o Monaco no Pierre-Mauroy. O próximo adversário é justamente o PSG no mesmo estádio.
O Lille trouxe muitos reforços de peso, como o treinador René Girard (campeão em 2011-12 com o Montpellier), o meia Marvin Martin (que esteve na Euro 2012 pela Seleção Francesa), o goleiro Vincent Enyeama (capitão da Seleção da Nigéria) e o atacante Salomon Kalou (campeão da Champions 2011-12 pelo Chelsea e parceiro de Drogba na Seleção Marfinense).
Vale, ainda, destacar no elenco o capitão Rio Mavuba (foto abaixo), remanescente daquela geração de 2010-11, refugiado da guerra civil em Angola e que superou a perda dos pais ainda garoto. Sua emocionante história foi contada por André Donke, Guilherme Nagamine e Jean Pereira Santos, da ESPN na coluna Lado B da Copa. Vale conferir o drama e a superação deste baixinho que sobreviveu para contar muitas histórias vitoriosas.
O Lille não tem mais chances de títulos na temporada, mas quem sabe o clube não esteja construindo uma nova geração para derrubar os gigantes magnatas nas próximas temporadas. O time já mostrou que isto é possível mesmo sem contar com os investimentos que os rivais Monaco e PSG têm a seu favor.
Quem sabe, mais uma história vitoriosa esteja prestes a ser contada por Rio Mavuba no futuro.
Em tempo: o animal que aparece estampado no escudo do Lille é um cão da raça dogue alemão, daí o título desta resenha.
Imagem extraída do Facebook oficial do Lille- https://www.facebook.com/Losc |
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