sexta-feira, 2 de maio de 2014

Mudanças

Imagem extraída de https://www.facebook.com/cruzeirooficial

Gostei muito do artigo escrito pelo jornalista Luiz Antônio Prósperi (que fazia parte do extinto Jornal da Tarde) ontem à noite. No texto, o autor alega que os times brasileiros foram mal na atual edição da Libertadores por jogarem muito mais na raça do que na técnica, enquanto os demais times se preocuparam em modernizar seu estilo de atuação, cadenciando as jogadas e sem rifar a bola.

A única e honrosa exceção em nossos gramados é o Cruzeiro, o único time do Brasil que conseguiu avançar às quartas-de-final. A Raposa já vinha sendo elogiada pelo seu futebol coletivo desde o ano passado, com a bola no chão e que vinha sendo comparado à Holanda de 1974 e ao atual Barcelona.

Dos jogos válidos pelas oitavas-de-final da Libertadores, acompanhei o embate entre Cerro Porteño e Cruzeiro na noite da quarta-feira, e o time de Marcelo Oliveira foi fiel ao seu estilo a despeito de ter demonstrado muito nervosismo em campo (vide as faltas de Dedé e Bruno Rodrigo) e dificuldades para colocar a bola do meio-de-campo para frente. Isso aconteceu porque o time paraguaio também jogou seguindo a atual tendência de atuar com a bola no chão, soube costurar a marcação cruzeirense com a boa movimentação dos irmãos Romero e contou com o bom trabalho do treinador "Chiqui" Arce, aquele que foi lateral-direito do Palmeiras e Grêmio. Aliás, boa parte da campanha do Cerro até então se deve justamente à experiência de Chiqui, mostrando mais uma vez como a vivência em campo é importante para a formação de bons times.

Ontem, eu assisti ao jogo do Galo contra o Atlético Nacional e ficou evidente o contraste explicado por Prósperi em sua coluna: os mineiros jogaram na correria enquanto os colombianos foram pacientes e só ficaram trocando passes sem se deixarem contaminar pelo resultado adverso. Aí, no erro do time mineiro, os colombianos articularam um contra-golpe que garantiu o gol de empate e, consequentemente, a classificação do time de Medelín.

Infelizmente, nem todos os times que avançaram às quartas-de-final jogam futebol, como explicou o grande colunista Juca Kfouri. Juca relatou em seu blog o quanto lamentava as eliminações do ofensivo Vélez Sarsfield e do técnico Unión Española para os raçudos Nacional e Arsenal de Sarandí, respectivamente.

Os "professores" daqui do Brasil deveriam ler atentamente os textos de Prósperi e Kfouri antes das próximas partidas. Nosso futebol tem sido muito mais suor do que cérebro, e isso não é de hoje.

No futebol não vence necessariamente o time que tem mais força física.

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