sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cães de Guarda São Indispensáveis?

Algumas coisas do futebol brasileiro não fazem nenhum sentido para mim. A obrigação profissional dos times é sempre buscar a vitória. Não é possível vencer todos os jogos, é claro, mas é obrigatório tentar buscar o resultado. Mesmo assim, os "professores" da geração atual parece acreditar que o mais importante é evitar a derrota a qualquer custo. Vitória e títulos parecem ser opcionais. As consequências disso é que os times vencem com vitórias magras e celebram empates como "bons resultados". Essa mentalidade é típica de equipes fugindo de rebaixamento e não de times que querem os títulos.

A preocupação com a defesa é tamanha que volantes ofensivos perdem espaço para os cães de guarda uma vez que os "professores" querem o meio-de-campo truncando o jogo ao invés de criar uma oportunidade. Essa filosofia gerou algumas negociações que eu jamais aprovaria.

O meu Tricolor, por exemplo, trocou o habilidoso Arouca pelo grandão Rodrigo Souto em 2010. Azar o nosso, pois o ex-Fluminense está voando no Peixe enquanto Souto foi negociado no ano passado sem deixar saudades. E o Ney Franco, recentemente, encostou o Casemiro, que tem uma excelente saída de bola, para dar lugar aos faltosos Denílson e Wellington. Este último implicou com os dribles que ele tomou do Ronaldinho Gaúcho na eliminação do São Paulo para o Galo. Acho que nem preciso falar mais, preciso?

Em 2011, o Internacional trouxe o Bolatti, volante com boa presença de área, veloz e que faz uns golzinhos de cabeça aproveitando seus 1,90m de altura. O argentino foi muito bem sob a batuta do grande Paulo César Falcão. Depois que o Rei de Roma caiu, sabe o que aconteceu? O hermano se lesionou e, quando voltou, perdeu espaço para Elton sob o pretexto de que o estrangeiro "era ofensivo demais e marcava pouco", além do problema de excesso de estrangeiros no elenco. Hoje, Bolatti está emprestado ao Racing Club da Argentina e não deve voltar tão cedo.

História semelhante aconteceu com Damián Escudero, que após boa temporada no Grêmio em 2011, foi para o Atlético Mineiro no ano seguinte e foi preterido para Pierre e Donizete. Hoje, o Pichi está no Vitória onde ele vem sendo muito bem aproveitado pelo "Harry Potter" Caio Júnior.

Sim, é importante marcar e não dar espaços para o adversário jogar. Mas muito mais importante do que os aspectos defensivos, é importante buscar a vitória, vencer o adversário e marcar muitos gols.

A insegurança gerada pelo medo de perder o emprego fez com que os treinadores optassem por táticas conservadoras e pouco ousadas. O "futebol eficiente" ganha ainda mais adeptos quando treinadores como Muricy Ramalho, Abel Braga, Mano Menezes, Celso Roth, Tite e Felipão conquistam títulos recuando seus times e dependendo exclusivamente da bola parada ou do contra-ataque.

Às vezes me pergunto se os "professores" assistem aos campeonatos europeus. Será que eles já ouviram falar de Fàbregas, Schweinsteiger, Gundogan, Banega, Pirlo ou Arturo Vidal? Todos eles volantes excelentes mas que também participam do jogo, ajudam no ataque e tratam a bola com carinho, ao contrário dos "cães de guarda" dos quais os "professores" se recusam a abrir mão. Ah! E o Bayern München e a Juventus levaram pouquíssimos gols nesta temporada a despeito dos volantes subirem para o ataque. Em compensação, o meu Tricolor e o Grêmio não abrem mão dos volantes brucutus e, mesmo assim, estão apresentando defesas bastante inseguras. Não tem algo errado aí?

Enquanto os "professores" não entenderem que o melhor jeito de impedir o adversário jogar é valorizando a posse da bola, nós vamos ficar condenados a assistir ao "futebol eficiente". E, pelo jeito, isso vai ser por muito tempo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário