segunda-feira, 6 de maio de 2013

Quanta Falta de Ousadia!

Estou pensando seriamente em me candidatar a treinador de futebol. Faço um curso de técnico e levo algum amigo meu formado em educação física para ser meu auxiliar nos treinos físicos e eu fico com os táticos.

Não tenho nenhuma experiência em dirigir times mas eu tenho ousadia para pôr um time no ataque e para jogar coletivamente. Como diz o ditado, "em terra de cego, quem tem olho é rei", eu seria bem capaz de montar um time considerado competitivo mesmo tendo um elenco fraco, uma vez que os "professores" daqui só treinam marcação e bola parada. E não teria medo de uma demissão por maus resultados, pois não teria nada a perder.

Tenho conhecimento em fisiologia e sei muito bem como meus atletas podem enfrentar a altitude, o cansaço, as lesões musculares, fraturas entre outros problemas. Garanto que sou um grande fã de Johan Cruyff, Telê Santana, Guardiola e Jürgen Klopp e saberia muito bem como eu colocaria meu time para jogar. E treinaríamos os fundamentos exaustivamente -passe, drible, posicionamento, finalização, ...

Meu time trocaria passes, aguentaria os 90 minutos em pé e sem suar muito, enquanto os pobres adversários iriam ficar o jogo inteiro correndo atrás da bola. E meu time faria uns quatro gols por partida e tomaria uns pouquíssimos, uma vez que faria meu time valorizar a posse da bola fazendo com que meu time sempre mande no jogo enquanto o adversário teria de buscar um jeito de fazer gol sem a bola. Além disso, o grande quantidade de gols marcados pelo meu time e pressão intensa deixariam o adversário psicologicamente abalado e sem reação.

E eu não proibiria as baladas. Faria como o grande Mestre Cruyff lidava com Romário e permitiria que o atleta tivesse recompensas proporcionais ao desempenho do jogo, como não errar passes, fazer gols, cometer poucas faltas, ...

Digo isso porque fiquei inconformado com a maneira que Santos, São Paulo e Corinthians jogaram neste último final de semana em jogos válidos pelas semifinais do Paulistão. No Majestoso, o que eu vi foi dois times truncando o jogo e sem nenhuma vontade de jogar bola. Os dois queriam ir para os pênaltis mesmo. O Santos a mesma coisa: o Mogi só não conseguiu segurar o resultado contra o Peixe porque o Sapão era muito fraco. Onde já se viu um técnico como o Muricy ter um time com Neymar, Montillo, Pato, Arouca e Cícero e ficar tomando sufoco do Mogi?

Se eu fosse o treinador do São Paulo, montava um meio de campo com Ganso e Jadson. Mandava Osvaldo e Cañete abertos servirem Luis Fabiano. E ainda botava o time pra trocar passes dando uma canseira no adversário. Mas o Ney Franco não abre mão dos "cães de guarda" Denílson e Wellington, enquanto o Casemiro, que é um volante habilidoso e com excelente saída de bola, ficava encostado. E ele acha que "Jadson e Ganso não podem jogar juntos na armação". Aí está.

No Corinthians tiraria tranquilamente o brucutu do Ralf e colocava o Douglas pra fazer dupla com o Danilo -os dois têm alguma qualidade no passe- e ainda encontraria um jeito de encaixar o Renato Augusto no time depois que ele se recuperar. Eu não abriria mão de fazer um esquema de três atacantes -talvez um ataque com Guerrero, Pato e Romarinho. Lamento que Martínez tenha deixado o Timão pela porta dos fundos, pois ele seria perfeito para substituir o Emerson Sheik que já não tem mais o mesmo pique de 2012. O retranqueiro do Tite só pensa em marcar e fica tomando sufoco com aqueles placares magérrimos. Sem falar que todo mundo no time dele fica machucado porque é obrigado a correr naqueles pastos onde acontecem jogos do Paulistão e da Libertadores. Toca mais a bola e manda correr menos! Seus atletas estarão menos susceptíveis às lesões! Garanto que eu estou me arrependendo profundamente de elogiar o Ney e o Tite.

Do jeito que os treinadores daqui do Brasil possuem a mente fechada com pouca criatividade e ousadia, pode ter certeza: mesmo alguém sem experiência como eu, mas com ideias ousadas e renovadas, faria um grande sucesso nesta escuridão que se tornou o futebol brasileiro.

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