O resultado de ontem foi muito satisfatório, embora eu tenha ficado um pouco desapontado que o Borussia Dortmund jogou muito mais pelo resultado ao invés de buscar jogo e dar um pouco de tranquilidade no placar. Admito que o desfalque súbito de Götze diminuiu o poder ofensivo do Borussia que ficou sem seu principal articulador, mas, ainda assim, fazer um gol fora de casa traria tranquilidade aos alemães além de abalar psicologicamente o Real Madrid. Mas tudo bem, já passou.
Hoje, Barcelona e Bayern München irão definir o dono da última vaga da final desta maravilhosa ediçãoda Champions League. E põe "maravilhosa" nisso, afinal a eliminação do Real significa que apenas os times que jogam no ataque poderão levantar a taça nesta temporada. E os três times que sobraram -Barça, Bayern e Borussia- representam o futebol bem jogado, cada um a sua maneira.
Gosto muito do Bayern. Há grandes craques por lá, como Lahm, Ribéry, Müller, Dante e Robben. Há ainda Mandzukic e Kroos, dois atletas dos quais sou fã. No entanto, minha torcida continua sendo para o meu Barcelona.
O Barça não vive exatamente um momento tranquilo. A saída de Guardiola e a renovação do elenco faz o time passar por uma fase de transição. E, como eu expliquei em posts anteriores, leva um tempo até que um novo treinador e um novo jogador se adapte ao jeito de jogar no clube, fazendo com que a equipe passe por momentos de irregularidade. Ainda assim, Tito Vilanova faz um bom trabalho, ainda mais se levarmos em conta que este é o seu primeiro ano como treinador da equipe principal. E o elenco continua com seu futebol de troca de passes, embora esteja jogando de forma menos coletiva que nos tempos de Guardiola.
Ademais, o Bayern é um time de craques, mas é uma equipe onde o físico e o tamanho do jogador faz muita diferença, enquanto o futebol do Barça é muito mais voltado para a técnica e pode tranquilamente ser praticado por jogadores baixinhos e de pouca força. Para se ter uma ideia, o capitão Philipp Lahm, com seus 1,70m, é considerado "baixinho" no Bayern. Como bem observou Tostão em sua coluna no jornal Folha de São Paulo, é quase como se estivéssemos aplicando os conceitos de rúgbi no futebol. Nada contra, mas eu sempre defendo o talento se sobressaindo em relação à força.
O Borussia Dortmund também verticaliza o jogo, mas é uma equipe mais elegante que o seu arquirrival bávaro. Os atletas trocam passes e valorizam a posse da bola. Uma final contra o Barcelona seria um "jogo dos sonhos" para mim, onde o talento e a técnica supera a força. E ainda responderia à minha pergunta: entre dois times que valorizam a posse de bola e trocam passes, o que seria o diferencial para que uma superasse a outra? O Athletic Bilbao, que também troca passes, chegou a ficar na frente do Barça e ainda conseguiu arrancar um empate após tomar a virada.
De qualquer forma, não ficarei chateado se Mandzukic e seus companheiros passarem às finais. Eu admito que a atual geração do Bayern está no auge e o título da Champions seria uma forma de coroar este momento.
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