sábado, 4 de maio de 2013

Florentino Pérez e os Galácticos

Um amigo meu descreveu a diferença entre o Barcelona e o Real Madrid da seguinte forma: "o Barcelona forma grandes jogadores, enquanto o Real adquire grandes jogadores". Não deixa de ter razão, apesar de ambos os clubes, muitas vezes, contradizerem essa definição. Vide os grande atletas revelados pelos Merengues, como Raúl, Guti, Casillas e, mais recentemente, Arbeloa e Callejón.

O atual mandatário do Real, Florentino Pérez, pode ser descrito como a "diferença" apontada pelo meu amigo: em seus dois mandatos, sua prioridade sempre foi trazer grandes jogadores. O cartola nunca poupou despesas para encher o elenco de estrelas: em seu primeiro mandato, vieram Ronaldo, Figo, Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Robinho, entre outros; e, no segundo mandato, vieram Cristiano Ronaldo, Özil, Khedira, Kaká e Modric. E o cartola sempre faz dessa política de contratações o seu cartaz de campanha.

A primeira era dos Galácticos (de 2000 a 2006) começou bem, com o nono título da Champions League conquistado em 2002. No entanto, a medida que o número de "estrelas" aumentava, mais as especulações sobre desentendimentos no elenco aumentavam. Os conflitos afetavam o desempenho do time, que passou vários anos em branco e o Real trocava de treinador a cada temporada. Com o fim da temporada 2005-06, Pérez deixou a presidência do Real Madrid e, junto com seu mandato, acabava a primeira era dos Galácticos.

No retorno de Pérez, em 2009, o cartola voltou a colocar o Real em evidência pelo elenco luxuoso novamente. Desembarcaram no Santiago Bernabéu, Özil, Kaká, Modric, Khedira, Cristiano Ronaldo, entre outros. E, em 2010, chegaria o atual treinador, o português José Mourinho. Após uma temporada sem grandes conquistas (2010-11) e eclipsada pelos grandes triunfos do arquirrival Barcelona, o Real ganhou o Campeonato Espanhol 2011-12. Contudo, surgiram histórias sobre supostos "descontentamentos" do principal jogador da equipe, Cristiano Ronaldo. O jogador luso recebeu um aumento, mas os tabloides continuavam a divulgar supostos descontentamentos entre os atletas e Mourinho. A despeito disso, o Real continua a fazer boas campanhas no Espanhol e na Champions.

Não dá para afirmar exatamente se é o excesso de vaidade esteja prejudicando o desempenho do time, teoricamente, eficiente do Real, mas fica difícil provar o contrário quando várias fontes diferentes publicam que há atletas insatisfeitos com os colegas ou com a comissão técnica. Não é de hoje que surgem especulações de que Galácticos e espanhóis estão rachados e, em decorrência disso, o time não dá retornos proporcionais ao investimento feito. Vários tabloides de 2005 e 2006 afirmavam que Guti e Raúl não se bicavam com os colegas "midiáticos". E, novamente, surgem especulações de que Ramos e Casillas estariam insatisfeitos com José Mourinho e estariam considerando abandonar o clube merengue na próxima temporada.

Ao que podemos ver, Florentino Pérez não parece estar disposto a abrir mão de suas convicções de que o importante é reunir os melhores jogadores. Há especulações de que o Real quer mais estrelas para a sua constelação. No entanto, esta já é a segunda vez em que um elenco de onze jogadores torna-se pequeno para acomodar tantos astros. Talvez esteja mesmo na hora de Pérez repensar alguns conceitos e decidir se ele deseja os títulos ou prefere centrar no marketing de sua galáxia particular.

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