quinta-feira, 30 de maio de 2013

Desculpas Esfarrapadas

Ontem, o Santos foi derrotado pelo Botafogo e a justificativa para o revés para o Peixe foi de que o time praiano está sentindo falta do Neymar. O Corinthians empatou com o fraco Goiás e a desculpa foi de que o time sentiu o desfalque do Paulinho. E a explicação de alguns para a fraca campanha do São Paulo para o primeiro semestre foi a de que a diretoria não trouxe ninguém para a vaga de Lucas.

Informando de verdade: o São Paulo foi eliminado da Libertadores e do Paulistão porque os jogadores entravam muito nervosos em campo. Basta ver como os jogadores erravam passes, finalizavam mal e cometiam faltas infantis. Reflexo do nervosismo do time. Além disso, para suprir a falta de Lucas bastava mudar o esquema tático, como bem observaram alguns jornalistas. Que nada, o "professor" Ney Franco queria um meia-atacante para atuar pela direita de qualquer jeito, nem que precisasse improvisar alguém por lá. Deu no que deu.

No Corinthians, o problema é a própria atitude do técnico Tite. O "professor" recua demais o time e os atacantes precisam vir buscar a bola lá atrás, quando deveria haver um meio-campo para tocar a bola e trabalhar as jogadas para que Guerrero e Pato terminassem o serviço lá na frente. Os dois, aliás, precisam treinar finalização urgente, pois os gols que eles estão perdendo estão fazendo falta. E o Douglas merece jogar mais, pois ontem ele foi o melhor em campo disparado e o camisa 10 é muito melhor que o Danilo, como bem observou o grande Paulo Cézar Caju.

No Santos o problema, de fato, é a dependência excessiva de Neymar. Muricy sabia que o camisa 11 seria vendido, mas nunca se preocupou em fazer o time jogar coletivamente e depender menos do Menino da Vila. Se a gente voltar para o começo de 2011, Neymar e Ganso desfalcaram o time: o atacante estava servindo à Seleção Sub-20 e o meia estava lesionado. Sem problema: o então treinador, Adílson Batista, montou um ataque funcional com Maikon Leite, Zé Love e Keirrison. Bastava, portanto, que o professor desse mais chance aos garotos, Gabigol e Neilton, para que algum deles pudesse suceder o camisa 11.

Em campo, são 11 contra 11. Um time não pode depender em demasia de um único jogador por mais importante que ele seja. Além disso, o problema do Brasil é o mesmo do Borussia Dortmund: nós sempre perdemos muitos jogadores para os grandes times da Europa. Os treinadores, em virtude disso, precisam ter a consciência de que um bom jogador dificilmente permanece no Brasil e preparar o elenco para suprir a perda de um atleta. A desculpa de que o Neymar ou o Paulinho estão fazendo falta não serve em hipótese alguma.

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