domingo, 1 de dezembro de 2013

A Inês de Castro do Timão

Imagem extraída de http://www.facebook.com/corinthians

Há alguns dias, o jornal Lance publicou reportagens afirmando que a saída do técnico Tite foi motivada por motivos políticos e não técnicos, como muitos acreditam. O tabloide afirmou que apenas o atual presidente, Mário Gobbi, defendia o comandante enquanto os demais conselheiros estariam pedindo a demissão do técnico. Segundo o jornal, a "fritura" do treinador gaúcho seria uma maneira de enfraquecer Gobbi.

Esta situação me lembrou muito a história de Inês de Castro, descrita de forma romanceada pelo poeta português Luís Vaz de Camões em Os Lusíadas. Conta-se que Inês apaixonou-se pelo príncipe de Portugal, Dom Pedro. O rei, Dom Afonso IV, foi contra o romance devido ao temor que os espanhóis tomassem o controle de Portugal -Inês pertencia à família Castro, ligada ao clã de Castella da Espanha. Inês foi executada à mando do rei por motivos políticos. O conto de Camões afirma que não foi esta a intenção do monarca, mas ele teria sido forçado pelos seus conselheiros a matar Inês.

Mário Gobbi também teria sido obrigado a "sacrificar" Tite ao ser pressionado por motivos políticos, segundo o jornal. Um caso de amor entre treinador e clube terminou de forma melancólica, a despeito do técnico demonstrar amor e profissionalismo pelo Corinthians. Tamanho amor que Tite sequer reclamou de sua situação. Pois é, Camões descreveu em sua obra como o amor pode ser cruel.

Apesar do que escrevi hoje, continuo afirmando que Tite também contribuiu para sua própria demissão ao teimar em entrincheirar sua equipe atrás dos seus incontáveis zagueiros e volantes quando deveria colocar o time para buscar os resultados, além de insistir em alguns atletas que não estavam rendendo em campo. Mas vendo como os jogadores imploravam pela permanência do comandante, podemos entender porque o treinador não alterava sua equipe.

Alguns torcedores arrependidos, enviaram mensagens pedindo desculpas pelas críticas feitas ao treinador no passado, principalmente após a eliminação para o Tolima em 2011. Mas é tarde demais, a saída de Tite já está anunciada e espera-se o término do Brasileirão para que seja sacramentada.

Agora Inês é morta.

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