segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Medo

Imagem extraída do Facebook oficial de Neymar-
http://www.facebook.com/neymarjr

O que separa os times bons dos ruins? A qualidade dos profissionais (elenco, treinador e dirigentes), a técnica e, por que não, a maneira como as finanças do clube são conduzidas. Acho que não adianta nada uma entidade ter muito dinheiro em caixa se o capital não é investido de maneira inteligente.

Há também os casos em que as partidas estão decididas muito antes de começarem, com um time entrando em campo derrotado porque sente... Medo do rival.

O Santos, entre 2010 e 2012, tinha um elenco muito bom à disposição. Neymar e Ganso formavam a espinha dorsal daquele time. E os rivais, cientes do imenso talento da dupla, entravam em campo "respeitando" os adversários em demasia e permitindo que eles desfilassem sua genialidade no gramado. Os agora ex-Meninos da Vila são de fato diferenciados, mas creio que boa parte das goleadas aplicadas pelo Peixe neste período poderia ter sido evitada caso os adversários não entrassem com tanto medo dos craques.

Há alguns dias atrás, o treinador Felix Magath sugeriu que o Bayern e o meu Borussia Dortmund fossem excluídos da Bundesliga para que não houvesse uma "polarização" do campeonato. Há alguns anos atrás, sugeriram que fosse feito o mesmo na Liga BBVA, excluindo-se o Real Madrid e o meu Barcelona. Os clubes mencionados contam com equipes talentosas e dispõem de muitos recursos financeiros, mas tendem a ser soberanos em suas ligas porque boa parte de seus adversários os temem em demasia e entram em campo já derrotados.

Quando se enfrenta um adversário considerado "superior", não se deve temê-lo e nem respeitá-lo em demasia. Não se deve subestimar o rival, mas em campo são sempre 11 contra 11. Há atletas capazes de decidirem uma partida individualmente, mas o futebol é um jogo coletivo e, como tal, depende dos outros dez atletas para ser decidido. Ou você acha que o Pelé ou o Didi poderiam entrar em campo sozinhos e decidirem uma partida contra onze homens? Ademais, se um time entra "derrotado" em campo, o mais sensato seria ir para cima do rival, pois não teria nada a perder.


Imagem extraída do Facebook oficial do Atlético de Madrid-
http://www.facebook.com/AtleticodeMadrid

Um bom exemplo é o Atlético de Madrid. Os Colchoneros nem de longe têm o poderio financeiro dos rivais Real e Barcelona. A equipe de Madri, no entanto, goleou o milionário Chelsea por 4x1 em 2012 com um futebol de muito toque de bola, derrotou o Real em pleno Santiago Bernabéu na final Copa del Rey 2012-13 (foi meio pragmático mas venceu), e conseguiu fazer frente ao meu Barcelona nas Supercopa da Espanha deste ano -só empatou, mas por pouco não leva mais um troféu. O Atlético tinha um elenco muito mais fraco tecnicamente que os três rivais mencionados, mas os Rojiblancos conseguiram os resultados porque não tiveram medo dos adversários. Eles souberam jogar com inteligência e ousadia para enfrentá-los.

Quando uma equipe entra em campo derrotada, já perdeu a partida antes mesmo de começar. Pensem nisso, "professores".

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