domingo, 22 de dezembro de 2013

Não se Deve Subestimar a Opinião Pública

Imagem extraída de http://www.facebook.com/FluminenseFC

2013 foi definitivamente o ano em que o povo brasileiro mostrou toda a sua força, independente da motivação.

Tivemos o aumento do preço das passagens aqui em São Paulo: o Prefeito Fernando Haddad e o Governador Geraldo Alckmin mostravam-se pouco dispostos a negociarem com os manifestantes, mas tiveram de ceder após a intensificação dos protestos diante das negativas. Ainda sobre os protestos contra o aumento das passagens, a revista Veja havia publicado uma matéria em seu site elogiando a ação policial e condenando a atitude dos manifestantes. A repercussão foi tão negativa que o veículo foi obrigado a baixar o tom nas reportagens seguintes.

Tivemos também o caso envolvendo o Instituto Royal e a acusação de maus-tratos a animais. Os responsáveis pelo laboratório tentaram argumentar alegando que os procedimentos eram feitos conforme regulamentação da ANVISA e outros órgãos competentes, mas a repercussão negativa por parta da população obrigou a instituição a fechar as portas.

Obviamente, a política e ciência são assuntos de muito mais importância e relevância que o esporte. Um amigo meu, inclusive, definiu o futebol como "a coisa mais importante das menos importantes".

O rebaixamento da Portuguesa nos tribunais e a consequente salvação do Fluminense, no entanto, revoltaram a população brasileira e a opinião pública ficou contra o Tricolor das Laranjeiras. Pesou contra o clube carioca o fato do Flu ter escapado outras vezes do rebaixamento no passado em casos que foram considerados "viradas de mesa".

O presidente do clube carioca, Peter Siemsen (foto) argumentou em defesa da instituição que o Fluminense é quem foi prejudicado durante o Campeonato Brasileiro 2013. E ainda alegou que os "formadores de opinião" estariam direcionando a opinião pública contra o clube das Laranjeiras.

A Portuguesa supostamente cometeu uma irregularidade ao escalar o meia Héverton -nesta semana, surgiu a notícia de que o meio-campista estava em situação regular e, portanto, poderia atuar na 38ª rodada. Até que se consiga provar o contrário, a Lusa, de fato, cometeu uma irregularidade.

O cartola do Tricolor, no entanto, deveria compreender o porquê do Fluminense ter sido taxado como o "vilão" da história. Suas tentativas de colocar seu clube como "vítima" e sugerir que o torcedor "não se iniba em usar sua camisa" são atitudes que considero muito perigosas, dependendo da interpretação e podem piorar a situação . Segundo matéria do jornal Lance, torcedores e atletas do Flu vem sendo hostilizados por causa da decisão do STJD.

Não se deve peitar a população. Se quer provar que o clube está sendo injustiçado, deve-se ater em argumentos razoáveis, e não conclamar os torcedores para "resistam bravamente". Esse tipo de declaração poderia até mesmo colocar em risco o torcedor comum, aquele que só quer vestir a camisa de seu time preferido para torcer. A situação atual demanda que tanto o clube quanto o torcedor esperem a poeira baixar e, por enquanto, deixar o caso por conta dos advogados.

Não é apenas o torcedor da Portuguesa que está com raiva: a maior parte da população brasileira está contra o Fluminense neste momento. Um prefeito e um governador foram obrigados a retroceder após contrariarem a opinião pública neste ano. Imaginem, então, o que poderia acontecer com um clube de futebol caso a população interprete as palavras do dirigente como uma "afronta".

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