E Esse Set de 21 Pontos, Hein?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/moliconestle

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) adotou uma novidade nos campeonatos de vôlei realizados entre 2013 e 2014: desde o início da temporada, os sets passaram a ter 21 pontos, e não mais 25. Segundo o jornal Lance, a medida foi adotada a pedido da própria Federação Internacional de Voleibol (FIVB), como uma espécie de "teste". Os tempos técnicos agora ocorrem quando uma equipe atinge 7 e 14 pontos, e não mais aos 8 e 16.

A mudança gerou elogios e críticas. Houve até quem acusasse a CBV de adotar a medida meramente por motivos televisivos. Com partidas mais curtas, as emissoras de televisão teriam de realizar alterações mínimas em suas programações, uma vez que, diferente do futebol, as partidas de vôlei podem demorar muito mais do que uma hora e meia dependendo do equilíbrio da partida. Seria, portanto, uma medida para viabilizar as transmissões do vôlei na televisão.

Não achei, em princípio, que a nova regra tenha interferido no desenrolar das partida, até porque os grandes times continuam mantendo sua superioridade técnica sobre os coadjuvantes sem dificuldades. No entanto, gostaria de saber por que a mudança não foi adotada em outros países ou mesmo em algumas competições internacionais. Assisti à Liga Mundial, ao Grand Prix, aos campeonatos sul-americanos e às Copas dos Campeões. Em todos esses torneios, a regra do set de 25 pontos ainda estava valendo. Nos Mundiais Interclubes, a mesma coisa: nada da regra nova ser adotada. Se a regra foi um pedido da FIVB, então por que a própria entidade não testou ela mesma o novo regulamento?

Mudanças radicais, por outro lado, sempre dividem opiniões. Antigamente, os atletas não tinham posições pré-determinadas (nada de líbero, levantador e afins), os sets tinham apenas 15 pontos e havia o sistema de "vantagem" que tornava as partidas bastante extensas. Ao final dos anos 90, o vôlei adotou as regras que conhecemos hoje, com set de 25 pontos, a extinção do sistema de "vantagem" e a limitação do líbero de bloquear apenas atrás da linha de três metros. Não me lembro se houve resistência por parte dos atletas, treinadores e especialistas, mas acredito que o impacto causado pelas mudanças deve ter sido mais ou menos parecido com a discussão a respeito do atual set de 21 pontos.

Se a mudança foi ou não benéfica ao vôlei, teremos de esperar a conclusão da temporada 2013-14 (provavelmente, em maio de 2014) para chegarmos a uma opinião final. Meu único estranhamento a respeito da mudança é o fato de apenas o Brasil adotar o set de 21 pontos. Por que mais nenhum outro país joga dessa maneira?