sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Independência

Imagem extraída do Facebook oficial da Real Sociaedad- http://www.facebook.com/RealSociedadFutbol

Há algum tempo atrás, o articulista Gustavo Hoffman da ESPN fez um post muito interessante a respeito de seleções que não existem mais como a União Soviética e a Iugoslávia (nações que se fragmentaram com o fim da Guerra Fria) e outras que podem vir a existir uma vez que os países por elas representados revindicam por independência. É o caso do Kosovo, da Catalunha e do País Basco.

Considerei o assunto tão interessante que decidi expandir a discussão, mencionando a Catalunha e o País Basco, ambas comunidades autônomas que são sede do Barcelona e do Athletic Bibao respectivamente. Uma independência destas nações teria um grande impacto no futebol espanhol e também na Seleção Espanhola, uma vez que os clubes sediados nestes Estados cedem atletas muito importantes à Furia.

As províncias autônomas que constituem a Espanha possuem idiomas próprios. As línguas faladas sequer podem ser consideradas como "variantes" do espanhol que, aliás, é chamado de castellano. Os idiomas catalão e basco são muito diferentes do pronunciado na capital Madri.

O nacionalismo e a luta por independência destas províncias vêm desde os tempos que precedem a Segunda Guerra Mundial, quando o ditador Francisco Franco assumiu o poder na Espanha. A Catalunha e o País Basco se opuseram ao regime autoritário e iniciaram movimentos separatistas. A luta política repercutiu no futebol, quando alguns clubes declararam apoio ao presidente, como o Real Madrid e o Atlético de Madrid, enquanto outros se opuseram ao governante, como o Barcelona e o Bilbao. A guerra terminou e o estadista faleceu em 1975, enfraquecendo o regime. Mas o sentimento nacionalista-separatista permanece vivo nas comunidades autônomas até os dias de hoje.

Hoje, a Espanha passa por uma grave crise econômica. Milhares de espanhóis estão sem emprego e o governo não consegue uma solução definitiva para sanar o problema. Com a instabilidade financeira ou política, os movimentos nacionalistas renascem. Tanto que a questão das independências catalã e basca voltaram à pauta em entrevistas, inclusive no futebol.


Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- http://www.facebook.com/fcbarcelona


Qual seria o impacto de possíveis separações do País Basco e da Catalunha no futebol? A Seleção Espanhola, sem dúvida, teria grandes perdas: estariam fora atletas que compõem a espinha dorsal da Furia, como Fàbregas, Xavi, Iniesta, Pedro, Busquets (catalães), Xabi Alonso, Beñat, Ilarramendi, Muniain, Llorente e Iñigo Martínez (bascos). O País Basco e a Catalunha, por outro lado, não teriam dificuldades em montar boas equipes uma vez que os clubes dessas províncias -Barcelona, Espanyol, Athletic Bilbao, Real Sociedad, ...- têm a tradição de investirem na formação de atletas. E todos jogam um futebol leve e coletivo.

A Liga Espanhola também poderia sofreria o impacto com a independência das províncias devido a saída dos clubes mencionados. Ou não: na Premier League, da Inglaterra, participam alguns clubes do País de Gales como o Swansea City e o Cardiff City. Uma possível separação, portanto, não necessariamente acarretaria na exclusão do Barça, da Real Sociedad ou do Bilbao.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/ATHLETICCLUB


Independência sempre tem um alto preço. No caso da separação da Catalunha e do País Basco, haveria um profundo impacto no futebol espanhol, que teria de reaprender a jogar sem Iniesta ou Xabi Alonso. E, claro, teríamos o surgimento de duas grandes seleções capazes de fazer frente a muitos adversários graças ao grande investimento dos clubes em suas categorias de base. Veja no post de Gustavo Hoffman como seriam as possíveis seleções da Catalunha e do País Basco.


Uma possível Espanha sem atletas catalães e bascos.
Haveria perdas principalmente no meio-de-campo, mas, ainda
assim, seria uma equipe temível (obtido via this11.com).

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