quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um, Dois, Três,... Quatro Laterais!

O São Paulo tem três laterais-esquerdos à disposição: Juan (estava encostado mas foi reintegrado ao elenco), Carleto (lesionado) e Cortez (encostado). E, agora, aparece o interesse do meu Tricolor no argentino Clemente Rodríguez, atualmente no Boca Juniors. Muitos jornais dizem que o hermano já acertou com o Soberano, mas eu só vou descrever Clemente como atleta do São Paulo após o jogador ser apresentado oficialmente.

Eu não contesto o desempenho de Clemente Rodríguez. Já o vi atuar pelo Boca Juniors, Estudiantes e também pela Seleção Argentina -na última Copa do Mundo, ele foi reserva de Gabriel "El Gringo" Heinze. A imprensa brasileira descreve o argentino como um lateral mais defensivo do que ofensivo, mas nas partidas em que o vi atuar, Rodríguez apoiava bastante, destacando-se pela velocidade. Algumas matérias publicadas no site globoesporte.com em 2012 descreviam Clemente como um lateral que poderia ser improvisado no meio-de-campo, o que corrobora com minhas observações. O atleta está com 31 anos, mas ainda vem jogando em bom nível e já faturou três Libertadores (2001, 2003 e 2007).

Gostaria, no entanto, de questionar o porquê de tantos laterais-esquerdos no São Paulo. Esta questão me faz reviver o Tricolor em 2008, quando a equipe chegou a ter quatro nomes para a lateral-direita -Joílson, Éder, Jancarlos e Zé Luiz.

Nunca fui favorável à política de "inchar o elenco" e colocar tantos atletas para uma única posição. Gasta-se muito dinheiro para manter jogadores "ociosos" e há, ainda, a possibilidade de se gerar conflitos no elenco devido a disputa pela titularidade no time. Nenhum atleta quer ficar no banco de reservas, ainda mais se considerarmos que Juan, Cortez e Clemente têm passagens pelas seleções de seus respectivos países.

O atual momento do São Paulo não me parece, também, o mais apropriado para se fazer tantas contratações. O Tricolor já estava com muitos nomes no elenco e foi feita uma série de dispensas. A impressão que se tem é a de que o Soberano contrata atletas a esmo como uma forma de tentar acalmar torcedores insatisfeitos ou meramente para ostentar poder aquisitivo.

O que o Tricolor realmente precisa fazer é compreender que o caminho para montar um elenco competitivo é lento e passa por muitos altos e baixos até que se obtenha consistência. Ao mesmo tempo, entender que toda geração de atletas tem seu surgimento, ascensão, auge e declínio. Nenhum jogador dura para sempre no elenco e é preciso considerar possíveis renovações e mudanças no elenco no planejamento do clube. Não adianta, portanto, ficar contratando atletas e esperando resultados imediatos ou que uma geração de bons jogadores mantenha sempre o mesmo desempenho.

Se Clemente Rodríguez realmente vier ao São Paulo, ele será muito bem-vindo. Eu, como escrevi acima, considero o argentino um bom lateral-esquerdo. Gostaria, no entanto, que os dirigentes explicassem o porquê de mais um jogador para a posição se há quatro opções para o elenco e, mesmo assim, oferecer um contrato de dois anos. Se fosse por empréstimo, seria compreensível.

Não duvido que, caso o argentino não se acerte no elenco (o que espero que não aconteça), o São Paulo contrate um quinto lateral-esquerdo.

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