quarta-feira, 12 de junho de 2013

Os Três Maiores Craques que eu Vi Jogar

A palavra "craque" tornou-se um tanto vulgarizada nos dias de hoje. Basta um ou outro lance genial para o atleta ser considerado "diferenciado". Isso sem falar nos brucutus que são considerados craques. Dá um tempo. Correr e dar trombada até eu, que nunca chutei uma laranja na vida, consigo fazer.

A meu ver, um craque é um jogador fora de série em todos os sentidos, é aquele que se destaca mesmo jogando em um grupo de alto nível, que faz a diferença em campo em todos os sentidos e que sabe tratar bem da bola. Um craque, obviamente, é sempre um jogador inteligente, com visão de jogo, técnica e habilidade.

No meu conceito de craque, estão atletas como Riquelme, Alex Cabeção, Rivaldo, Neymar, Ribéry, Bernard e Marco Reus. Cabem muitos outros nomes aqui, mas se eu fizer isso, vou precisar de uns três posts só para colocar atletas diferenciados, isso sem falar que a certo ponto, vou colocar nomes que não deveriam estar aqui pelo simples fato de gostar do atleta como fã.

Três jogadores, no entanto, estão acima da média para mim e digo com muito prazer que pude vê-los atuar no auge de suas formas, quando faziam (ou fazem no caso de dois deles) grandes exibições em campo.

O primeiro que eu gostaria de destacar é o Romário. O eterno camisa 11, praticamente, carregou a nossa Seleção nas costas em 1994 -acho que tirando o Baixinho, só o Raí e o Zinho mereciam destaque naquele grupo tão conservador. Mas não foi só na Seleção que Romário se destacou: o Baixinho, quando jogava pelo Barcelona, dividia os gramados com caras como Stoichkov, Laudrup e Guardiola, e, mesmo assim, brilhava em campo com seus dribles, velocidade, pontaria certeira e oportunismo. Não à toa, Romário foi eleito o melhor jogador de 1994 pela FIFA. O Mestre Johan Cruyff também tem méritos na carreira do Baixinho: o Mestre sabia como usar da fanfarronice do jogador para fazê-lo render em campo. E ainda sempre compara o talento do camisa 11 com o de Messi. Palavras do inventor do "Tiki-Taka".

O segundo é Ronaldinho Gaúcho. O atleta revelado pelo Grêmio jogou no Barcelona de Frank Rijkaard na década passada. Mesmo em um time de tantos craques e de um jogo coletivo estritamente valorizado, havia espaço para o Gaúcho driblar e fazer belas jogadas individuais. Parecia até um malabarista fazendo truques! Messi e Iniesta ainda estavam buscando espaço no time naquela época, mas conviveram com o atleta e, até hoje, demonstram reverência ao meia-atacante. Ronaldinho foi eleito duas vezes como melhor do mundo. Pena que não conseguiu demonstrar o mesmo futebol na Copa de 2006.

O último é Lionel Messi. Desse nem preciso me alongar muito. Messi é inteligente e ao mesmo tempo habilidoso. Ele sabe o momento certo de passar a bola a um companheiro e o momento de sair em velocidade ou no drible. E a Pulga tem uma visão de jogo ímpar -ele consegue achar companheiros bem posicionados das maneiras mais improváveis possíveis. Messi é excepcional porque é talentoso e sabe usar seu dom em prol do jogo coletivo. O argentino foi eleito melhor do mundo quatro vezes.

Vocês repararam algumas coisas em comum entre os três craques que apontei? O três tinham muitos companheiros bons de bola e, mesmo assim, conseguiam se destacar em grupos tão fortes. Nenhum dos três é muito forte e Romário e Messi são baixinhos e, mesmo assim, eles fazem (faziam, no caso de Romário) muitos grandões dançarem. E os três sabem driblar e tratar a bola com carinho (no chão e no ar).

Eu gostaria muito que Ronaldinho, Messi e Romário fossem os ídolos em quem os aspirantes pudessem se espelhar, mas, do jeito que nosso futebol está cada vez mais truculento, os garotos vão acabar se espelhando naqueles volantes que só correm e dão chutão. E ainda vão ser dispensados por serem considerados muito pequenos. Azar o nosso.

PS. Não constam aqui os nomes de Pelé, Didi, Garrincha, Maradona, Beckenbauer e do Mestre Cruyff simplesmente porque só os vi jogar através de imagens da internet.

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