domingo, 23 de junho de 2013

Ainda sou pela Espanha

Reconheço que a Seleção Brasileira melhorou sua forma de jogar. Vejo mais passes trocados no campo de ataque e maior presença dos volantes na frente -não preciso falar muito dos laterais porque a nossa tradição é permitir que aqueles defensores que atuam mais abertos subam para atacar e apoiar.

A Espanha, no entanto, continua justificando sua posição no ranking da FIFA ao exibir um futebol limpo, agradável, ofensivo e coletivo.

"Então você vai torcer contra a nossa seleção, seu traidor da pátria"?

Vamos com calma. Eu já expliquei a diferença entre nacionalismo e ufanismo. Não é porque eu sou brasileiro que vou apoiar a seleção de meu país incondicionalmente e sem questionar ou criticar sua maneira de jogar. Nós temos todo direito de concordar ou não com as escolhas do técnico Luis Felipe Scolari, da mesma forma que outras pessoas têm o direito de achar o Tiki-Taka da Espanha chato e monótono. Obviamente, não compactuo com as vaias que a Furia recebeu em sua estréia contra o Uruguai, mas é um direito que o torcedor tem para discordar a proposta de jogo de Vicente del Bosque.

Gosto do futebol da Espanha porque é um futebol que parece ser jogado muito mais com o cérebro do que com os pés. Ninguém rifa a bola. Todos sabem que o melhor jeito de manter o controle do jogo é mantendo a posse da redonda. Quanto menos o adversário ficar com a pelota, menos ele poderá criar uma oportunidade de gol conta meu time. E como manter a posse de bola? Trocando passes -os atletas se mantêm próximos uns dos outros para facilitar o toque de bola e também para dificultar a marcação do adversário. Além disso, o Tiki-Taka desgasta bem menos o atleta, fazendo a bola correr ao invés do jogador.

Outras seleções até trocaram alguns passes. A Itália, em sua estréia contra o México, fez um belo jogo, com a bola no chão e tocando a redonda, mas se esqueceu do bom futebol nas duas partidas seguintes e voltou a priorizar os aspectos defensivos. O Japão fez uma bela partida contra a Itália, mas ainda respeita demais o adversário. A Nigéria, o Uruguai e o México jogam recuando demais seus times, atuam na base da força ou dependendo em demasia do talento individual dos jogadores da frente.

Todos nós temos o direito de torcer para quem quisermos. Há quem prefira torcer para o Brasil incondicionalmente. Eu, no entanto, prefiro futebol bem jogado e isso é o que a Espanha pratica. E ainda afirmo: mesmo que a Roja seja derrotada pelo futebol pragmático, não vou mudar minha opinião.

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