Uma Temporada Perfeita

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München-
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Não sabemos se Jupp Heynckes vai mesmo se aposentar, mas o treinador, com certeza, tem muitas histórias para contar aos seus netos.

Como jogador, Heynckes pode contar como ele e seus companheiros detiveram a Laranja Mecânica do Mestre Cruyff, Rep e Neeskens em 1974 e seu "Totaalvoetbal" quando jogava pela Alemanha (Alemanha Oriental, na época). Como treinador, o ex-atacante pode mencionar a magia da temporada 2012-13, quando fez seu time faturar todos os títulos que disputou e superar Podolski (do Arsenal), Pirlo (da Juventus), Messi (do Barcelona) e Lewandowski (do Borussia Dortmund).

A temporada começou sob grande apreensão e abatimento, sobretudo se levarmos em conta que o Bayern München perdeu os três títulos que disputou e teve de se contentar com três vices-campeonatos na temporada anterior. Apesar disso, o treinador e o elenco foram mantidos.

A sorte do Bayern, no entanto, começava a mudar no início da temporada 2012-13, quando o time bávaro quebrou o tabu imposto pelo arquirrival Borussia Dortmund e faturou a Supercopa da Alemanha. Em toda a temporada, o Bayern só sofreu três derrotas -para o Bayer Leverkusen na Bundeliga, e para Arsenal e BATE Borisov pela Champions League. Na Bundesliga, o time de Munique foi absoluto, com 91 pontos de 102 possíveis, 29 vitórias, 4 empates, uma derrota, 98 gols marcados e 18 sofridos. A equipe ainda conquistou a Champions League e a DFB Pokal com muita autoridade e mostrou que as decepções da temporada anterior serviram para dar maturidade e consistência ao grupo. A conquista da Tríplice Coroa é a prova disso.

Sem dúvida, a temporada 2012-13 ficará para sempre na memória, não só do torcedor bávaro, mas também nas mentes dos admiradores do futebol.

Jupp Heynckes, em um mundo onde se discute se o mais importante no futebol é a parte física ou a técnica, provou que é possível unir o melhor dos dois estilos em um só time: os atletas do Bayern são fisicamente impecáveis (quase todos altos, fortes e velozes) e também muito técnicos (todos sabem trocar passes, driblar, se posicionar e arrematar). Foi dessa forma que o time de Munique superou tanto os adversários mais truculentos -como a Juventus- quanto os mais técnicos -como o Barcelona. E a equipe bávara raramente precisou apelar para as faltas ou para o anti-jogo.

Heynckes, independente do destino que escolher, já escreveu o seu nome na história do futebol mundial e entrega ao seu sucessor, Josep Guardiola, uma equipe impecável -tanto fisicamente quanto tecnicamente- e no seu auge.

Danke Jupp! 

O JOGO

O Bayern começou a partida com três desfalques -Badstuber (machucado), Dante e Gustavo (com a Seleção Brasileira). Ademais, Heynckes colocou Mario Gómez no lugar de Mandzukic talvez como despedida -o camisa 33 deve sair do clube bávaro na próxima janela de transferências.

O jogo começou com forte pressão do Stuttgart e com o Bayern recuado, "estudando" o adversário, como fizera contra o Borussia na semana passada. Aos poucos, o time de vermelho começou a avançar pelas laterais e passou a criar chances.

Por volta dos 20 minutos do primeiro tempo, Robben sofreu pênalti, mas o juiz não marcou. Minutos depois, Lahm foi empurrado dentro da área e Müller converteu o pênalti.

No segundo tempo, Gómez anotou duas vezes em 15 minutos após receber cruzamentos de Lahm e Müller pela direita.

Quando tudo parecia assegurado, atacante Harnik, do Stuttgart, anotou dois gols -um em contra-ataque e outro após rebote na área em uma cobrança de falta. O time de branco ganhou sobrevida e tentou arrancar o empate.

O momento, no entanto, era do Bayern. O time bávaro conseguiu se segurar e garantiu a Tríplice Coroa com méritos após uma temporada perfeita.