sábado, 22 de junho de 2013

A Espanha Fez o que Tinha de Fazer

Muitos prefeitos e governadores recuaram o aumento das passagens de ônibus, mas a onda de protestos continua forte aqui no Brasil. Confesso que fica difícil falar de esporte e de entretenimento enquanto meu país está ameaçando pegar fogo. Talvez eu faça mais um post para comentar o momento que o Brasil está atravessando, mas eu particularmente não aprecio falar sobre política, apenas abri três exceções nestas duas semanas para declarar meu apoio às causas do Movimento Passe Livre (algumas das causas que eu mencionei, atribui erradamente ao movimento, fica aqui, portanto, meu pedido de desculpas) e às manifestações que contaram com a presença de meus amigos.

Bem, hoje a Copa das Confederações estava "em recesso" e li algumas notícias sobre as seleções participantes. Muitas notícias mostrando o bom clima nas delegações apesar da onda de protestos.

Lendo as notícias sobre a Espanha, a seleção que mais me agrada pelo seu futebol de toque de bola, vi muitos comentários de internautas indignados com a goleada que a Furia aplicou ontem no Taiti. Muitos leitores diziam que a Roja deveria ter "mais humildade" com os jogadores da Oceania e "humilhar menos" os taitianos.

Respeito a opinião de quem se expressou dessa maneira, mas acho que Vicente del Bosque e seus comandados agiram de maneira correta. A meu ver, facilitar o jogo para um adversário, por mais fraco que ele seja, é uma grande falta de espírito esportivo e o pior: é subestimar um adversário, portanto, uma falta de respeito.

Eu sempre escrevo que a obrigação profissional de cada time é ganhar o jogo. Tanto, que sou contra equipes que "entregam" as partidas ao adversário apenas para prejudicar um rival direto. Isso é uma falta de fair play e também uma falta de respeito com o adversário e com o torcedor que pagou o ingresso.

Del Bosque escalou um time considerado reserva para enfrentar o Taiti -se bem que atletas como Torres, Azpilicueta, Juan Mata, Villa e Silva são bons demais para serem considerados reservas. Os atletas espanhóis, convenhamos, nem precisaram dar muito de si para superar os taitianos, que sequer têm um time profissional. Com todo o respeito, perder por 10X0 da melhor seleção da atualidade foi pouco para o Taiti.

Eu, dessa forma, apoio a maneira como a Espanha agiu. A Furia jogou um futebol limpo e respeitou o adversário de verdade, sem subestimá-lo.

Ao Taiti, peço para que o treinador Eddy Etaeta e seus comandados não desanimem. A profissionalização de um esporte é difícil e vocês ainda terão um longo caminho a percorrerem. Querem um exemplo para se inspirarem? Vejam o Japão, que profissionalizou seu futebol há pouco tempo. Há 20 anos atrás, os japoneses eram uma equipe repleta de jogadores tecnicamente fracos e, hoje, vários atletas estão brilhando na Europa. Sugestão? Aproveitem sua passagem pelo Brasil e convidem alguns atletas mais experientes em atividade por aqui para jogarem na Oceania e ajudarem o futebol taitiano a ganhar adeptos. O próprio Japão fez isso no começo dos anos 90 quando levou Zico para jogar no Kashima Antlers. Este investimento está dando frutos na geração atual. Mas, se vocês forem fazer isso, convidem CRAQUES para jogar -nada de convidar aqueles zagueiros e volantes botinudos que estão acabando com nosso futebol!

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