sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Contradições

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Gostei muito dos textos escritos pelo jornalista Benjamin Back e pelo ex-jogador Neto nesta semana -ambos corinthianos, diga-se de passagem- a respeito do goleiro Rogério Ceni. Ambos exaltaram a carreira do arqueiro, sua importância para o São Paulo e também as constantes mudanças de opinião dos críticos a respeito do camisa 1.

Amado por muitos e odiado por outros, Rogério ficou conhecido pelos mais de 100 gols anotados, pela sua extensa carreira (ele começou a atuar profissionalmente no começo dos anos 90) e também pela sua liderança e personalidade forte, interpretadas como "arrogância" pelos seus detratores.

É impossível por vezes separar a história do Tricolor da trajetória profissional de Rogério. Desde o início de sua carreira, o arqueiro esteve presente em muitos momentos marcantes no clube.

Pois bem. Os mesmos que pediam a aposentadoria de Rogério agora pedem sua permanência, animados pela boa atuação do goleiro diante a Universidad Católica . Muitos desses críticos, inclusive, são torcedores do São Paulo. Eu já escrevi que o torcedor, muitas vezes, é passional ao extremo ao ponto de fazer valer aquele ditado: "a mão que afaga é a mesma que apedreja". Tudo depende do momento da equipe.

A respeito dos problemas que o Tricolor enfrentou neste ano, afirmo que eles ainda não estão solucionados, mas a diretoria -que foi a principal culpada pela situação- teve o bom senso de ouvir os torcedores e resgatou o treinador Muricy Ramalho. Não aprecio o trabalho do tetracamepão brasileiro (um título pelo Fluminense e três pelo São Paulo), mas admito que ele foi a melhor escolha por sua grande identificação com o clube paulista. E nós sabemos que a tranquilidade nos bastidores é essencial para que os atletas tenham clima para atuar. Suponhamos que seus pais tenham brigado em casa e tenham ameaçado se divorciar: o problema sempre causa alguma interferência na sua vida profissional ou pessoal, por menor que seja. É mais ou menos dessa forma que problemas políticos fazem o desempenho dos times cair.

Independente do momento que o São Paulo ou o goleiro vivem, acho que nada apaga o que Rogério fez pelo Tricolor e, por que não, pelo futebol brasileiro. Foram títulos, grandes façanhas, defesas e reconhecimento internacional. Ele falha? Claro que falha. O grande Dida também já falhou, assim como São Marcos, Casillas, Buffon, Valdés, Neuer, Kahn, ... E a carreira de nenhum deles foi abalada por maior que tenha sido o vexame. Por que com o Mito seria diferente?

Sobre a aposentadoria de Rogério, acho que ninguém além dele mesmo pode decidir. A meu ver, tudo vai depender de como o ano vai terminar. Uma classificação para a Libertadores 2013 ou um título na Sulamericana podem fazer o Mito ficar mais tempo. O fato do ambiente ter melhorado também influenciará a decisão do arqueiro -todo mundo tem vontade de trabalhar onde o clima é agradável entre as pessoas.

Independente de sua escolha, Rogério sabe que tudo o que ele construiu jamais será apagado, exceto na memória dos que ignoram toda a sua história por causa de um único momento recente. Mas o que é um breve momento quando comparado a mais de vinte anos de uma trajetória vitoriosa?

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