quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tamanho Não É Documento?

Imagem extraída do Facebook oficial de Per Mertesacker-http://www.facebook.com/mertesacker.per

Quem me acompanha aqui pelo meu blog sabe que meu conceito de futebol-arte é aquele praticado pelo Barcelona e pelo Borussia Dortmund, ambos times que jogam tocando a bola e contam com muitos atletas "baixinhos".

Não contesto, no entanto, o sucesso dos jogadores altos que se valem de seu tamanho para a realização de jogadas aéreas. Quase todos os grandes times contam com pelo menos um centroavante alto para arrematar as jogadas pelo alto, como Robert Lewandowski (Borussia Dortmund), Edin Džeko (Manchester City), Mario Mandžukić (Bayern München), Robin van Persie (Manchester United), entre outros.

Além dos homens de frente, temos uma classe de zagueiros altos que se valem de seu tamanho defensivamente -interceptar cruzamentos na área- e também ofensivamente -posicionam-se na área adversária para cabecear bolas para o gol do rival.

O Brasil possui uma gama apreciável de defensores altos especialistas nesse tipo de jogada. Naldo e os irmãos Alex Silva e Luisão -figurinhas carimbadas na Seleção Brasileira durante a "Era Dunga"- fizeram muito sucesso graças ao seu tamanho. Eles sabem tirar proveito de suas alturas privilegiadas para efetuarem desarmes pelo alto e também para anotarem muitos gols de cabeça.

No jogo do meu São Paulo contra o Atlético Nacional, o grandão Antônio Carlos fez bom uso de seus 1,83m e anotou dois gols em partida válida pela Copa Sulamericana. O defensor, que já havia salvo o Tricolor contra o Vitória (coincidência ou não pelo mesmo placar de 3x2), caiu no gosto do torcedor e do técnico Muricy Ramalho ao desempenhar a mesma função de Alex Silva no passado.

No exterior, os zagueiros altos também têm mercado. Não podemos deixar de citar Dante (do Bayern München) e seus 1,88m. O baiano é bom no jogo aéreo e ainda tenta criar jogadas quando necessário. Não é raro vê-lo sair jogando quando há espaço livre ou quando há a necessidade de ajudar Schweinsteiger ou Martínez.

Outro bom exemplo é o alemão Per Mertesacker (foto à direita), titular absoluto da Seleção Alemã e dono de invejáveis 1,98m de altura. O BFG (não posso traduzir o significado do apelido) se destaca no Arsenal pelas mesmas características dos zagueiros mencionados -boas intervenções aéreas e muitos gols de cabeça. Há quem considere Merte muito lento em campo, mas ele compensa com boas antecipações e poucas faltas. Deve ser por isso que ele sempre dificulta a presença de Hummels e Höwedes na Mannschaft...

Eu, em hipótese alguma, condeno o uso do jogo aéreo. É um recurso muito útil quando o time não consegue jogar pelo chão e também quando o adversário possui atletas baixinhos.

O grande erro do jogo aéreo, contudo, é quando os "professores" acreditam que a única maneira de criar chances de gol é levantando bolas à esmo na área adversária. O que os treinadores mais fazem por aqui é torcer por um escanteio, uma cobrança de lateral ou uma falta perto da área para que um Rogério Ceni, um Paulo Baier ou um Chicão possam mandar uma bola alta para um Antônio Carlos ou um Mertesacker cabecearem. Não é errado jogar desta maneira, mas criar dependência deste tipo de jogada é um grande erro e demostra que o time não tem recursos técnicos para elaborar uma boa jogada.


Imagem extraída do Facebook oficial de Per Mertesacker-http://www.facebook.com/mertesacker.per


Em resumo: o jogo aéreo deve, sim, ser adotado quando houver possibilidade ou necessidade de utilizá-lo. É um recurso que faz a diferença em campo. Mas não se deve usar o jogo aéreo como uma muleta: deve-se alternar seu uso com as jogadas pelo chão e diversificar os recursos da equipe.

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