sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Você Não Está Só

Há algum tempo atrás, as críticas ao nosso futebol eram feitas apenas por ex-jogadores do passado. Muitos leitores, inclusive, julgaram tais opiniões como inveja dos atletas da geração atual ou como rabugens de pessoas idosas tomadas pelo saudosismo.

Hoje, contudo, crescem as críticas ao "futebol eficiente", muito mais preocupado com o resultado final do que com formação de atletas. De que vale formarmos uma equipe vencedora se os seus atletas não sabem passar ou chutar uma bola e só dão carrinho e trombada?

Sobre Caju, Casagrande e Tostão eu nem preciso me alongar muito. Os fiéis leitores de meu blog sabem que eu respeito e admiro muito a opinião dos três ex-jogadores que fazem críticas constantes à falta de jogo coletivo no Brasil.

O grande Alex Cabeção também merece ser citado nesta seleta lista. O meia do Coritiba afirmou naquela fantástica entrevista concedida ao jornal Lance que os garotos da geração atual não sabem tratar uma bola com carinho. Será que ele disse alguma mentira? Faz muito tempo que eu não vejo um drible, um passe bem feito ou um atleta jogando com a bola no chão.

Ontem, eu tive o prazer de ler uma coluna do jornalista Benjamin Back, também do diário Lance. O articulista bateu na mesma tecla de Casagrande, Alex e outros ao afirmar que o nosso futebol está muito feio e que nossos atletas não estão treinando fundamentos. Será que Benjamin também disse alguma inverdade? Ou será que nossos atletas sabem finalizar, cruzar, driblar, passar ou jogar olhando para a frente? E não é a primeira vez que o autor faz esse tipo de crítica.

Há algum tempo venho afirmando que o futebol brasileiro está nivelado por baixo. Prova disso? Todas as equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro estão praticamente com o mesmo número de pontos, às exceções do Cruzeiro (virtual campeão brasileiro) e do Náutico (virtual rebaixado). E por que nenhum outro time se destaca? Porque todas as equipes estão muito ruins e não sabem jogar bola: só sabem marcar, dar carrinho e ficam implorando por uma falta perto da área ao invés de tentarem resolver a partida trabalhando uma jogada com a bola rolando.

Se Caju ou Tostão escrevem textos afirmando que o nosso futebol não encanta, muitos dizem que os dois são uns "velhos saudosistas". Quando jovens como Benjamin Back e Alex Cabeção se valem dos mesmos argumentos, significa que as palavras proferidas pelos ex-atletas não são meras pieguices e que o futebol precisa de mudanças. E mudanças profundas.

O próprio Tostão já rebateu a crítica quando o ex-jogador foi chamado de "saudosista" afirmando que ele, na verdade, é realista. E quer saber? Eu concordo plenamente.

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