segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"Não Falta Raça. Falta É Futebol"

Imagem extraída do Facebook oficial do Santos-
http://www.facebook.com/santosfc

O título acima está entre aspas porque esta foi uma frase escrita pelo articulista Tião Fiel do jornal Lance. E a frase descreve perfeitamente o clássico alvinegro realizado ontem na quente cidade de Araraquara.

O que se vê nos dois times é muita entrega e esforço em campo. Os atletas, motivados pela rivalidade, marcam, criam chances e correm muito no gramado. Você deve ter lido no seu livro de auto-ajuda preferido que um objetivo jamais deve ser confundido com obsessão. E os atletas jogaram tanto com o coração ontem que se esqueceram de jogar com a cabeça. Se esqueceram de trocar passes, pensar uma jogada, atuar coletivamente. O empate, portanto, era um resultado mais do que esperado. Foi até um milagre que o clássico tenha tido gols.

O Corinthians é um time aplicado e coeso. Não falta vontade dos jogadores. Ralf, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos sempre têm muita disposição em campo, mas são tecnicamente fracos. Não os vejo trocarem passes, organizarem uma jogada ou pensarem o jogo. O único atleta do Timão capaz de pensar uma jogada é o Douglas, que tem o perfil oposto do desejado por Tite e pelo torcedor: ele tem visão de jogo e qualidade no passe, mas ajuda pouco na marcação, movimenta-se pouco em campo, divide poucas bolas e demonstra pouca raça. Eu acho uma injustiça que o camisa 10 seja tão criticado: ele e, com boa vontade, o Renato Augusto são os únicos que jogam bola no Coringão.

O Santos ainda está órfão de Neymar e Ganso. O Claudinei, como escrevi, rendeu-se ao futebol de resultados ao invés de dar quilometragem a Neílton, Giva e Gabriel. No Peixe, acho que apenas o esforçado Cícero e, talvez, o Arouca sejam jogadores de bola. O Montillo é um meia inteligente e empenhado, mas ainda não conseguiu repetir as boas atuações dos tempos de Cruzeiro e Universidad de Chile.

É uma grande pena que o último clássico paulista do ano tenha terminado de maneira tão pragmática. Mais triste ainda é o fato do Santos e do Corinthians terem excelentes categorias de base à disposição. Historicamente, o Timão e o Peixe já foram celeiros de muitos craques. Mas craques mesmo, diferenciados e capazes de resolverem o jogo sozinhos. Alguns nomes: Rivelino, Casagrande (Corinthians), Pelé, Pepe, Coutinho, Robinho, Diego, Ganso e Neymar (Santos).

Hoje, contudo, o Peixe e o Timão são duas equipes pragmáticas e "presenteiam" o torcedor com "espetáculos" como o de ontem.

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