domingo, 20 de outubro de 2013

O Calculado e o Aleatório

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München-
http://www.facebook.com/FCBayern

Vocês já viram como o Bayern München trabalha as jogadas aéreas? Repararam como Ribéry e Robben sempre encontram Mandžukić na área para o croata cabecear tranquilamente para o gol? Da mesma forma, o lateral Daniel Alves sempre encontra Messi livre na área e o faz de distâncias inacreditáveis -em uma ocasião, o baiano estava próximo à linha da intermediária e ele viu o argentino livre próximo à linha de fundo e a Pulga só teve o trabalho de finalizar a jogada.

Aqui no Brasil, por outro lado, as jogadas aéreas mais parecem depender da sorte do que da visão de jogo ou da coletividade da equipe. Nas cobranças de falta e nos escanteios, os times colocam todos os seu jogadores na área para fazer confusão. E o cobrador chuta a bola na esperança de que a bola entre. Não parece haver coordenação entre atletas a despeito dos "professores" insistirem a esmo nas bolas paradas e nas jogadas ensaiadas.

Da mesma forma, os jogadores daqui tentam "criar" jogadas dando chutão em direção ao gol do adversário para ver se têm sorte de alguém do time domina a bola e faz o gol. Não se trabalha uma jogada: ao verem uma chance de contra-ataque, nossos atletas saem correndo feito loucos em direção ao gol adversário ou dão um bico na bola para ver se alguém lá na frente domina. Isso acontece porque as equipes jogam muito recuadas e há poucas opções criativas em nossos times do meio-de-campo para a frente. A única opção acaba sendo correr ou dar chutão.

Essa comparação mostra claramente o quanto o nosso futebol está defasado em relação aos europeus. Nós não investimos no trabalho em equipe (o São Paulo e o Corinthians não jogam coletivamente, que fique claro), não treinamos fundamentos e dependemos mais da raça e das características físicas de nossos atletas (altura, força, velocidade, resistência, ...). Nem mesmo as jogadas aéreas tão amadas pelos nossos "professores" são trabalhadas.

Ribéry raramente erra um cruzamento porque é um jogador inteligente e com visão de jogo. Ele não fica dando chuveirinhos à esmo na esperança de encontrar Mandžukić na área. O francês só cruza depois de avaliar as condições do jogo. Se não houver possibilidade, Ribéry toca para um companheiro ou então prende a bola até que a melhor oportunidade surja -se houver necessidade, ele mesmo corre em direção ao gol e faz a jogada. Ademais, o Bayern treina muito os fundamentos, como posicionamento e passe. Dessa forma, os colegas sabem que sempre encontrarão Mandžukić livre para receber e marcar para a equipe bávara.

Ainda estou esperando que os "professores" parem com essa bobagem de buscar resultados à curto prazo na base da marcação e da bola parada. Se eles observassem um pouco os europeus, veriam que treinar os fundamentos poderia melhorar o desempenho da equipe de todas as formas, inclusive no tão amado jogo aéreo que eles tanto gostam.

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