quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O Drible a Serviço do Coletivo

Imagem extraída de http://www.facebook.com/pages/Frank-Rijkaard/45274463280

Eu adoro ver dribles, belas jogadas que caracterizam o futebol-arte e enchem os olhos do torcedor.

O drible, infelizmente, é um tipo de jogada cada vez mais rara no futebol. Nossos atletas e "professores" só treinam os aspectos físicos e defensivos do futebol. Praticamente não há treinador capaz de ensinar fundamento ou um garoto a ter molejo em campo. Como consequência disso, praticamente só formamos armários de cintura dura em nossas categorias de base.

Para se ter uma ideia de como ninguém mais dribla no Brasil, basta um atleta fazer um ou outro lance bonito durante uma única partida para ser considerado "craque" pela imprensa e torcedores. Pois é. Se um atleta razoável é chamado de "craque" só porque deu um chapéu na partida do fim de semana, imagina como seriam chamados Didi, Garrincha ou Zidane.

Alguns desses atletas, provavelmente deslumbrados pelos exagerados elogios da mídia, vulgarizaram o recurso do drible, tornando-o supérfluo e desnecessário. Muitos atletas, inclusive, pagaram caro por abusar da plasticidade, sendo agredidos por adversários ou vaiados pela torcida ao perderem tantas bolas fáceis e, dessa forma, prejudicando as suas equipes.

Vou parafrasear uma frase dita pelo grande Paulo César Caju: o drible deve ser usado sempre em favor do jogo coletivo. Um atleta deve ter bom senso e julgar o momento exato de driblar ou de passar a bola a um companheiro menos marcado. Se o jogador abusa da individualidade, perde a bola ou acaba apanhando.

Quando o jogador tem esse discernimento, o drible torna-se uma arma poderosíssima: cria lindas jogadas, deixa os adversários indefesos e encanta o torcedor.

Que o diga o holandês Frank Rijkaard, ex-treinador do meu Barcelona e que levou o time catalão à sua segunda Champions League. Na ocasião, o principal atleta do time era Ronaldinho Gaúcho e seus malabarismos com a bola, o tipo de atleta perfeito para a filosofia do técnico. Rijkaard pregava a união da eficiência em campo com o entretenimento do público. Contrariando os defensores do "futebol eficiente", o drible pode, sim, ser usado em prol dos resultados.

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