sexta-feira, 27 de junho de 2014

Economia de Energia?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/BelgianRedDevils

Já está virando rotina. A Bélgica, apontada como candidata à surpresa pelos comentaristas, começa o jogo em marcha lenta, atua com pouca objetividade e ainda oferece "fortes emoções" ao seu torcedor, como o pênalti cometido por Jan Vertonghen no jogo de estréia contra a Argélia e a expulsão de Steven Defour na partida de ontem contra a Coréia do Sul -merecida, diga-se de passagem. De repente, os Diables Rouges engatam a segunda marcha, começam a atuar em velocidade e derrotam o adversário.

Estariam os belgas tentando forçar os rivais a correrem atrás da bola enquanto se poupam para os minutos finais? Faz sentido, afinal a Bélgica sempre cresce no segundo tempo, enquanto os adversários aparentam não terem mais pernas para disputarem a bola com os Diables Rouges.

Com a vaga assegurada, o treinado Marc Wilmots mandou uma equipe mista a campo. O modus operandi foi o mesmo das outras partidas: a Bélgica apenas cozinhando a partida durante o primeiro tempo enquanto os sul-coreanos, precisando da vitória, vieram para cima e foram perigosos a maior parte do primeiro tempo. Mais parecia que a invencibilidade belga iria acabar, afinal a Coréia do Sul estava melhor em campo e o volante Defour pisou na perna do atacante Shin-Wook. Eu, contudo, já imaginava que os Diables Rouges estavam escondendo alguma coisa...


Acho que já vi esse filme: Bélgica adianta marcação, ocupa o campo
de ataque e troca passes a esmo, levando pouco perigo ao gol de
Seung-Gyu. Coréia do Sul mais objetiva, aproveita os espaços
deixados pela defesa belga e testa o goleiro Courtois, mas peca
em muitas finalizações (obtido via this11.com).

Sabe o que aconteceu no segundo tempo? A monótona Bélgica voltou diferente do vestiário. Foi mais agressiva, efetuou tabelinhas mais efetivas e obrigou o goleiro Seung-Gyu a trabalhar mais. Em um desses trabalhos, o goleiro sul-coreano rebateu um chute de Origi e Vertonghen aproveitou para fazer o único gol do jogo. A Coréia do Sul tentou a todo custo buscar a vaga, mas não conseguiu vencer a agora desperta defesa belga, mesmo com a vantagem de estarem com um jogador a mais em campo.


Mesmo com um jogador a menos, a Bélgica apertou a Coréia do Sul,
conseguiu fazer a bola chegar até Origi e Vertonghen, vindo pela esquerda,
aproveitou o rebote para selar a vitória belga (obtido via this11.com).


Mesmo que a Coréia do Sul se sagrasse vencedora, não teria conseguido a vaga. Tudo porque a Argélia arrancou o empate contra a Rússia e ficaria um ponto acima dos Tigres Asiáticos. Isso sem falar no saldo de gols negativo imposto pela própria Raposa-do-Deserto.

Bem, confesso que este Grupo H me frustrou um pouco. Esperava mais da Bélgica, cujos jogadores eram alardeados como possíveis surpresas no campeonato, mas vi apenas lampejos a despeito do grupo ser considerado "fácil". Mas é bem possível que eles estejam se poupando para os jogos decisivos. A própria Espanha sempre começava seus campeonatos jogando um futebol morno e depois derrotava todos os adversários sem grandes dificuldades.

A Rússia foi minha maior decepção. Esperava ver mais leveza e futebol coletivo, como naquele amistoso contra o Brasil, mas os russos jogaram um futebol pesado e pouco criativo.

A Coréia do Sul, a meu ver, não decepcionou totalmente com a eliminação na primeira fase por ser uma equipe em formação. Não dá para comparar uma olimpíada com uma copa do mundo. E ainda acrescento que eles foram superados no aspecto físico, pois os Tigres Asiáticos jogaram com leveza e até demonstraram alguns lances bonitos, mas pecaram na marcação e nas finalizações.

A Argélia, por fim, foi a grande surpresa. Confesso que não dei muita atenção ao meia Sofiane Feghouli, que acabou de vir de grande temporada do Valencia, mas o franco-argelino vem jogando bola no mundial e clareia as jogadas para seus companheiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário