segunda-feira, 23 de junho de 2014

Não É o que Parece

Imagem extraída de https://www.facebook.com/FernandinhoRozaOficial


A Seleção Brasileira goleou a eliminada Seleção Camaronesa por 4x1 e assegurou o primeiro lugar no Grupo A. Quem vê o placar, acredita que o Brasil teve uma atuação totalmente inquestionável e que o hexa está próximo. Mas não é bem assim.

O Brasil não apresentou comunicação entre a defesa e o ataque porque o meio-de-campo estava mais preocupado em marcar do que criar. Resultado: a Seleção só criava chances de gol com chuveirinhos vindos da zaga ou com as subidas dos laterais Marcelo e Dani Alves.

Já expliquei uma centena de vezes que um chute longo requer muita força para se efetuado e o receptor da bola tem muito mais dificuldade para dominá-la. Basta ver quantos chutões a zaga deu em direção à área de Itandje e quantas dessas bolas lançadas os nossos atacantes conseguiram dominar.

Para completar, o Brasil deixou os camaroneses gostarem do jogo. Os africanos até ensaiaram alguns lances bonitos, como dribles e tabelinhas. E terminaram por achar um gol com Joël Matip.


No primeiro tempo, o Brasil criou pouco e tentou acionar
Neymar com bolas longas ou com os avanços dos laterais.
E o camisa 10 do Brasil teve muitos problemas com o grandão Nyom.
Os camaroneses aproveitaram o espaço oferecido no meio-de-campo
e nas alas para dar sustos no Brasil (obtido via this11.com).

É verdade que a genialidade de Neymar evitou que o primeiro tempo terminasse mal para o Brasil, mas se houve um jogador que mudou a partida foi o volante Fernandinho. Com qualidade no passe e presença de área, o volante do Manchester City deu vida ao meio-de-campo brasileiro, criou chances de gol, participou da jogada do gol de Fred e deixou o seu.


Com a entrada de Fernandinho, o meio-de-campo do Brasil
ganhou vida e os brasileiros passaram a jogar mais no ataque
(imagem obtida via this11.com).


A boa vitória do Brasil, contudo, não pode ocultar os problemas do time. A equipe erra muitos passes, a Seleção não cria quando Oscar está mal ou muito marcado e dependemos muito da genialidade de Neymar. E três jogadores -Fred, Paulinho e Hulk- ainda estão devendo futebol. O trio teve atuações apagadas contra a Croácia, contra o México e agora contra Camarões -Fred ainda apresentou ligeira melhora com a entrada de Fernandinho.

Tivemos muitas dificuldades para superar duas seleções em crise -a Croácia, apesar de ser considerada mediana, vivia um momento melhor e jogava bola. Muitas coisas terão de ser repensadas para os próximos jogos, afinal Chile, Holanda, Itália, Colômbia, Argentina e Alemanha estão nos esperando no mata-mata, todas elas seleções fortíssimas e que jogam no ataque. Cabe ainda nos preocuparmos com França e Uruguai, dois times que correm por fora, mas que trazem lembranças dolorosas ao Brasil em copas do mundo.

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