segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Duro Caminho da Renovação

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AdeniziaOficial

O final de semana não foi muito agradável para o vôlei brasileiro. Vimos a Seleção Feminina ficar fora das semifinais do torneio de Montreux após derrota para a Rússia e perder a vaga nos critérios de desempates -nossas meninas ainda conseguiram um quinto lugar ao bater a República Dominicana no sábado e o Japão no domingo. A Seleção Masculina trucidou a Polônia na quinta-feira por 3x0 sets para, no dia seguinte, sofrer uma derrota pelo mesmo placar e se complicar na fase de grupos da Liga Mundial.

Há torcedores bastante preocupados com o desempenho das nossas duas seleções, sobretudo se levarmos em conta que os próximos jogos olímpicos serão realizados no Brasil. Houve muitas críticas aos atletas selecionados para as competições, lembrando que os treinadores Zé Roberto (feminino) e Bernardinho (masculino) não atuaram com os times considerados titulares, visando dar experiência aos reservas e aos mais jovens.

Eu, no entanto, declaro meu apoio à decisão dos treinadores em oferecer oportunidades aos reservas e aos mais jovens. Nossos medalhistas ainda estão em plena forma física mas muitos estão chegando na casa dos trinta anos. Infelizmente, o tempo passa para todos e é necessário preparar as gerações futuras. Ou será que Nalbert, Escadinha, Ricardinho, Giba, André Heller, Fofão, Walewska, Valeskinha, Paula Pequeno e outros medalhistas estão representando as nossas seleções até hoje? Alguns dos mencionados ainda jogam muita bola e até aceitariam defender nossas seleções mais uma vez, mas todos sabem que não podemos ser escravos de uma grande geração por mais vitoriosa que tenha sido.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/confederacaobrasileiradevoleibol

Apenas para comparação, podemos nos lembrar da Copa do Mundo de 2010 quando a Itália se apegou em demasia ao time que conquistou o tetracampeonato, não se preocupou em renovar sua equipe, a idade dos atletas pesou em campo e a Azzurra fez uma campanha pífia naquele ano, sendo eliminada ainda na fase de grupos. Nossas seleções de vôlei, da mesma forma, não podem se tornar dependentes da geração atual. Precisamos pensar não apenas nos Jogos Olímpicos, mas também a longo prazo e deixar uma nova geração preparada para suceder a atual quando esta deixar as quadras.

Não podemos, da mesma forma, dizer que os vitoriosos Zé Roberto e Bernardinho foram incompetentes em suas escolhas. Nosso vôlei deve muito aos nossos treinadores e eles aceitaram correr um risco em nome do futuro de nossas seleções. Eles têm plena consciência que nossos medalhistas não vão jogar para sempre e toda renovação demora para surtir efeito, até o time ganhar entrosamento e se acostumar com o peso da camisa. Além disso, se um atleta importante se lesionar e não tivermos opções no banco? Perdemos um campeonato considerado "menor" hoje para vencermos uma olimpíada ou um mundial amanhã. Me parece um preço bastante justo.

Ânimo, meninos! Ânimo, meninas! Força, Bernardinho e Zé Roberto! Não se deixem abater por estas pequenas derrotas, insignificantes para a grandeza de todos vocês! Confio no trabalho de todos!


Imagem extraída de https://www.facebook.com/confederacaobrasileiradevoleibol

Nenhum comentário:

Postar um comentário