domingo, 1 de junho de 2014

Patriotismo Contra Profissionalismo

Imagem extraída do Facebook oficial de Cristiano Ronaldo- https://www.facebook.com/Cristiano

Ceta vez, publiquei aqui no blog um texto explicando como a Copa do Mundo poderia interferir no desempenho dos times e dos atletas na Champions League. Os jogadores sempre ficam divididos entre honrar seus salários pagos pelos clubes ou defenderem seus países ao disputarem a copa.

Alguns articulistas escreveram textos afirmando que muitos jogadores estariam visivelmente se poupando com medo de se lesionarem e serem cortados de suas respectivas seleções. Alguns atletas, segundo os comentaristas, estariam fingindo lesões para não terem de entrar em campo.

Este não foi o caso de Cristiano Ronaldo (foto), que estava lesionado mas pediu para jogar todas as partidas do Real Madrid neste final de temporada. O atacante queria, inclusive, entrar em campo na última rodada do Campeonato Espanhol 2013-14, mesmo não havendo mais nada em jogo para o time merengue.

A grande dedicação de Ronaldo lhe rendeu o apelido de "Máquina". Colegas do jogador teriam dito que o português está sempre treinando incansavelmente com o intuito de aprimorar o próprio desempenho e a forma física.

Toda esse profissionalismo, contudo, teve o seu preço. A lesão que Ronaldo sofreu ao final da temporada 2013-14 se agravou e, com isso, ele não disputou o amistoso de ontem contra a Grécia. O atacante ainda corre o risco de perder os primeiros jogos da copa.

A atitude de Ronaldo levanta a questão que abordei no começo desta resenha: o jogador deveria dar prioridade ao clube, que paga seus salários, ou à seleção, que representa seu país? O que é mais importante: o profissionalismo ou o patriotismo?

Ronaldo não foi o único lesionado e deu o sangue em campo nesta véspera de Copa do Mundo. O argentino Angél Di María também passou parte da temporada no departamento médico, está na lista de pré-convocados de Alejandro Sabella e, mesmo assim, jogou todas as recentes partidas do Real como se sua vida dependesse disto. Diego Costa também jogou a final da Champions League lesionado, correu o risco de ser cortado da lista de Vicente del Bosque e, mesmo assim, não quis deixar seu clube na mão.

A questão entre patriotismo e profissionalismo é muito complexa de ser respondida. Os próprios atletas que supostamente fizeram corpo-mole neste final de temporada podem ser vistos como heróis ou vilões dependendo da interpretação. E todas podem estar certas quando friamente analisadas.

Ronaldo fez sua escolha. Se ele estava certo ou errado em sua decisão, isso depende da interpretação.

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