quinta-feira, 26 de junho de 2014

Esforço em Vão

Imagem extraída de https://www.facebook.com/equipedefrance

A França precisava apenas de um empate para assegurar a vaga e a liderança no Grupo E. Os Bleus (que deveriam se chamar "Les Blancs" nesta partida) foram à campo com time misto e não foram tão incisivos como na partida contra a Suíça. Deixaram os rivais atacarem, tomavam a bola no campo de defesa e faziam contra-golpes na base do toque de bola. Os atletas mais perigosos da França eram Benzema (que, talvez, estivesse atrás de algum recorde na artilharia) e Antoine Griezmann (que, provavelmente, está tentando reaver sua titularidade). Alguns lampejos de Sagna, Digne e Pogba no ataque, mas nada além disso. Os franceses pareciam satisfeitos com a igualdade.

O Equador, por outro lado, quis jogo. A situação da Tri era complicada, mas não impossível, afinal precisavam vencer e torcer para que a Suíça não os passassem no saldo de gols. Os suíços tinham -2 de saldo por causa da goleada sofrida pelos franceses, mas tinham tudo para reaver a pontuação diante da fraca Honduras.

Na base da correria, os equatorianos foram perigosos do primeiro ao último minuto de jogo. Os franceses ainda contra-atacavam tocando a bola e chegavam com perigo à área, mas esbarravam no goleirão Domínguez, que fez milagre atrás de milagre. Benzema, Giroud, Griezmann, Sakho, ... Ninguém, por mais alto, forte ou habilidoso que fosse, parecia ser capaz de vencer o paredão equatoriano.


França no 4-4-2 encaixando o 4-2-3-1 equatoriano: o Equador era
mais perigoso na maior parte do tempo, mas a marcação francesa
abafava, roubava a bola e articulava contra-golpes com Sagna e
Digne. O toque rápido fazia com que Benzema recebesse a bola
rapidamente, mas ele não conseguia superar Domínguez
(imagem obtida via this11.com).


Nem mesmo a expulsão do capitão e principal jogador do time, Antonio Valencia, fez o Equador tirar o pé, muito pelo contrário: eles foram ainda mais agressivos e estavam mais do que dispostos a lutar pela vaga. As jogadas individuais velozes, principalmente pelo lado direito, esbarrava na ansiedade dos próprios equatorianos, que finalizavam para muito longe do gol de Lloris.

O treinador francês, Didier Deschamps, tentou se valer da vantagem numérica e colocou mais atacantes em campo (Giroud e Rémy), mas o goleiro Domínguez parecia intransponível.

Os laterais tentavam ajudar no ataque para compensar a falta de um homem no meio-de-campo. O winger Ibarra foi o mais perigoso jogando justamente na posição do expulso Antonio Valencia. E o Equador, mesmo exausto pela correria, conseguia chegar com perigo ao gol de Lloris, mas a ansiedade os faziam pecar nas finalizações.


Não, você não está vendo errado: o Equador, com um homem a
menos, foi mais perigoso durante todo o segundo tempo e, mesmo
exausto, sempre chegava com perigo ao gol de Lloris, mas pecava
nas finalizações. No outro lado, Benzema, Giroud e Rémy não
conseguiam vencer o goleiro Domínguez (obtido via this11.com).


Toda a garra e esforço dos equatorianos foi em vão. A equipe tricolor não conseguiu o gol que, possivelmente, a colocaria nas oitavas.

A Suíça não teve dificuldades em derrotar a fraca Honduras com um hat-trick de Xherdan Shaqiri e chegar ao segundo posto para enfrentar a Argentina na próxima fase.

Fico satisfeito com a classificação do Grupo E, embora eu ainda goste da Suíça com ressalvas. O time alpino é bom do meio-de-campo para a frente, mas seus defensores são bastante faltosos, embora tenham melhorado de 2010 pra cá. Honduras era uma equipe limitada e até violenta e o futebol do Equador era mais correria do que técnica.

A França, depois de passar por alguns entreveros de 2012 pra cá, vai se reconstruindo e crescendo no campeonato. Isso ficou evidente após aquele chocolate de 5x2 em cima da Suíça, uma seleção que era "do mesmo nível" que os Bleus. Que o futebol francês volte a ser técnico e agradável.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/equipedefrance

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