terça-feira, 24 de junho de 2014

O Legado que a Croácia Deixa para o Mundial

Imagem extraída de https://www.facebook.com/cff.hns

Tristemente, mais uma de minhas seleções preferidas dá adeus na primeira fase desta Copa do Mundo. Depois da artística Espanha e da esforçada Bósnia-Herzegovina, a ofensiva Croácia foi eliminada pelo retranqueiro México. No futebol muitas vezes acontecem essas injustiças, com a equipe que tem mais iniciativa e mais posse de bola sendo derrotada por rivais que não querem jogo e só encontram oportunidades de gol em contra-ataques ou bola parada.

Eu bati palmas para a Hrvatska e seu treinador Niko Kovač desde a estreia contra o Brasil, quando os Enxaderazos entraram sem nenhum volante de ofício (embora Modrić e Rakitić tenham qualidade na marcação) e buscaram jogo a despeito de estarem enfrentando os donos da casa. Contra o instável Camarões, então, a Croácia deu um show e me proporcionou a partida mais divertida da segunda rodada.

A Croácia deixa como legado a ousadia de se enfrentar um rival no ataque, mesmo que o adversário tenha mais tradição que a equipe. Tal atitude também foi compartilhada pela Holanda, Costa Rica e Chile, que buscaram jogo o tempo todo contra os seus rivais, independente de quantos títulos tivessem. Em comum, Chile, Holanda e Croácia tinham defesas frágeis, compensada por meio-campistas de grande qualidade e bons centroavantes. Os treinadores tentavam compensar as deficiências na zaga com muita pressão ofensiva.

Espero muitíssimo que a federação de futebol do país mantenha o treinador Niko Kovač para o próximo ciclo. Ele tem grandes ideias, é ousado, fez sua equipe jogar um belo futebol e ainda teve participação direta na classificação da Hrvatska para seu quarto mundial. Ele também foi um volante bem-sucedido na Alemanha, é jovem e ainda tem muito o que transmitir aos seus comandados.

Aproveito a oportunidade para lamentar o atual estilo de futebol do México. Os mexicanos sempre foram conhecidos por possuírem equipes organizadas tanto na defesa quanto no ataque, jogarem sem rifar a bola e por formarem atletas talentosos. A atual Verde, contudo, não passa de uma caricatura da tradição mexicana no futebol, com zagueiros demais e meias de menos. A crise na Seleção Mexicana obrigou os treinadores a jogarem com o regulamento embaixo do braço. No elenco atual, só o Giovani, o Guardado e, talvez, o Chicharito sabem jogar bola. E faço menção ao grande Rafa Márquez, que ajudou o meu Barcelona a ser bicampeão na Champions League. Que me desculpem os mexicanos, mas vou torcer para que a ofensiva Holanda derrote a Verde nas oitavas-de-final, afinal minha torcida é sempre para os time que jogam o melhor futebol.

Obrigado, Croácia, por terem vindo ao nosso país. Sua participação neste mundial tristemente termina eclipsada pelos erros de arbitragem na estreia e pela retranca mexicana no terceiro jogo. Que os ideais de Niko Kovač e a qualidade técnica do elenco sejam exaltados para que as futuras gerações continuem apostando num estilo ofensivo e ousado que sempre caracterizou o futebol da Croácia.

Espero vê-los novamente na Euro 2016 e também na Copa 2018. Muitos atletas desta geração ainda são jovens e podem evoluir ainda mais até lá.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/cff.hns

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