sábado, 28 de junho de 2014

Aprendendo com os Vizinhos

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionUruguayadeFutbol


O Brasil jogou muito mal hoje a despeito de ter conseguido sua vaga para as quartas-de-final, mas pode utilizar a partida entre Colômbia e Uruguai para sanar alguns de seus problemas.

Começando pelos Cafeteros: trata-se de uma equipe muito bem organizada, com jogo coletivo, leve, ofensivo sem, contudo, perder a eficiência defensiva. Armada em um 4-4-2 bem ortodoxo (linha de quatro na zaga, dois volantes centralizados, dois meias abertos e dois atacantes), a Colômbia consegue fazer a bola chegar rapidamente aos seus atacantes e os jogadores se posicionam de tal forma que podem voltar rapidamente para fecharem os espaços caso percam a bola. E eles cometem pouquíssimas faltas.

A Celeste, por outro lado, é uma seleção pouquíssimo organizada, articula suas jogadas na base da correria, atua muito mais na raça do que estratégia, tem um meio-de-campo pouco criativo e é dependente demais de seus craques, Suárez e Cavani. Sem Luisito, suspenso pela mordida em Chiellini, o Uruguai perdeu um de seus alicerces e praticamente não incomodou a Colômbia.

Foi impossível não lembrar dos quatro últimos jogos do Brasil ao ver o vizinho Uruguai jogar. Nossa Seleção está atuando de maneira desorganizada e ainda jogamos toda a responsabilidade nas costas de Neymar. E se o ex-menino da Vila se lesionar ou for suspenso, assim como aconteceu com Suárez? Vamos perder a copa simplesmente porque o principal jogador não entrou em campo?


O 4-4-2 colombiano "encaixa" o 4-3-3 "falso nove" uruguaio e
ainda permite que James e Cuadrado avancem, inutilizando a linha
de quatro defensores da Celeste. Sem Suárez e com um meio-de-
campo pouco criativo, Uruguai obriga os atacantes a virem buscar
a bola no campo de defesa (obtido via this11.com).


Outro grande problema do Uruguai: sem ter como articular jogadas, os laterais Maxi e Cáceres avançam para tentar ajudar. Péssima ideia, sabendo-se que os dois principais articuladores da Colômbia, James Rodríguez e Juan Cuadrado, atuam abertos e tudo o que eles precisavam para matar o jogo era que os laterais oferecessem espaço. E foi o que aconteceu.


Um gol no primeiro tempo e outro no segundo: James e Cuadrado,
além de sobrecarregarem a linha de quatro defensores do Uruguai,
aproveitam o desespero dos rivais para articular jogadas e ocupam
os vazios deixados pelos laterais (obtido via this11.com).


Mono Pereira, Pelado Cáceres e Palito são laterais que voltam para marcar e, mesmo assim, deixaram espaço suficiente para Cuadrado e James matarem o jogo. Imagine, então, o que a dupla de wingers colombianos poderia fazer nas costas de Dani Alves e Marcelo, que são pouco defensivos.

A Colômbia, além de ter um ataque eficiente, sofreu apenas dois gols em quatro jogos (um da Costa do Marfim e outro do Japão). Se o Brasil atuar como no jogo de hoje contra o Chile, dificilmente fará um gol e vai cair fácil diante dos Cafeteros. A Roja tinha uma defesa bastante vulnerável e só conseguimos superá-la uma vez com um gol contra de bola parada.

Felipão e seus comandados terão uma semana para acertarem o time. A Colômbia e um dos melhores times deste mundial, joga um futebol bonito, organizado e merecem muita atenção do Escrete Canarinho para que não transformem a nossa festa em uma tragédia.

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